Familiares de Ulisses Gonçalves Ribeiro, 68 anos, morto em razão da covid-19, no sábado (25), enterrou o cadáver errado e aponta que o hospital errou ao entregar o corpo para a empresa funerária. No lugar do ente querido, a família, que é de São Gonçalo (RJ), enterrou uma idosa de 87 anos, também vítima do novo coronavírus.
Conforme o O Dia, Ulisses foi internado em um hospital particular em Niterói, no último dia 11. Ele sofreu complicações por conta da covid, que adquiriu em novembro deste ano. Ele ficou na UTI até o dia 26, quando faleceu.
Depois de ter sido reconhecido pelo genro, dentro do hospital, o corpo de Ulisses foi liberado para que a funerária. No domingo (26), a família de Ulisses compareceu ao que deveria ser o enterro dele, mas como o caixão ficou lacrado em razão dos protocolos de segurança, ninguém percebeu o erro.
Ainda segundo o site, a filha do idoso, Daiane Lessa Ribeiro, 34 anos contou que, durante a cerimônia, recebeu uma ligação do hospital dizendo que o corpo do pai estava pronto para liberação. Ela conta que se assustou e não entendeu o que estava acontecendo.
‘’Eu fiquei muito nervosa, estou até agora à base de remédios para ter forças para resolver tudo isso. Eles queriam acertar tudo com a gente por telefone pra evitar que fossemos até o hospital, pois a família da pessoa que enterramos estava desesperada na porta da unidade sem saber de nada e eles queriam evitar maiores transtornos”, diz Daiane que se recusou resolver por telefone e foi até a unidade.
A filha do idoso disse que não recebeu nenhuma assistência por parte da unidade hospitalar e que a empresa tentou culpar o genro do idoso, mas foi desmentida por um enfermeiro. O hospital também teria tentado colocar a culpa no serviço funerário, mas não convenceu a família.
‘’...mas como que a funerária vai pegar um corpo sem autorização do hospital? Então quer dizer que qualquer funerária pode encostar lá e pegar o corpo? O protocolo deveria ser tirar uma foto do morto e colocar em cima do plástico, em casos de Covid-19, nem isso fizeram”, se revolta.
Resposta
O Hospital Icaraí (HI) esclarece que a liberação de corpos desta unidade hospitalar segue criteriosamente o seguinte protocolo: documento de liberação e reconhecimento preenchido pelo maqueiro que realiza o reconhecimento do corpo junto com o familiar. O saco mortuário é etiquetado com nome, data de nascimento, hora e data do óbito. Após o reconhecimento, a funerária faz a retirada. No caso de pacientes com covid 19 o protocolo é seguido conforme determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), sendo o corpo lacrado, para que minimize o foco de contaminação.