O médico ortopedista, ex-deputado federal e ex-ministro Luiz Henrique Mandetta narra a luta para conter a epidemia da Covid-19 no Brasil durante sua gestão no Ministério da Saúde, no recém-lançado “Um paciente chamado Brasil: Os bastidores da luta contra o coronavírus”.
No programa de ontem (24), ele conversou com Pedro Bial sobre o livro, a pandemia e o cenário político do país.
Mandetta pontuou que Bolsonaro estava convencido de que o coronavírus era uma arma biológica chinesa para a esquerda voltasse ao poder na América Latina.
Segundo o G1, o ex-ministro usa o conceito psiquiátrico das fases do luto para explicar a reação “negacionista e raivosa” do presidente, que, em sua definição, foi “pró-vírus”.
Entretanto, o ex-ministro reconhece que o governo de Jair Bolsonaro não foi o único responsável pelo fracasso do Brasil em conter o avanço do coronavírus.
Questionado sobre a relação com Paulo Guedes, já que o ministro da Economia é o mais criticado do livro, o médico explicou que o dilema “saúde versus economia” só poderia ser articulado se houvesse uma fala conjunta, o que nunca aconteceu.
“É igual basquete, eu batia e voltava. Não fluía. A gente não conseguia desenvolver nenhum tipo de relacionamento em função dessa doença. Às vezes eu ligava, não atendia.”
Ele argumenta que outro economista, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, mostrava que era possível ter uma postura bem diferente: "Extremamente atento, me mandando gráficos, me perguntando."