Maus-tratos contra animais motivaram a instauração de 211 inquéritos policiais em Mato Grosso do Sul, de janeiro a dezembro do ano passado, uma média de três casos por semana, segundo dados estatísticos da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).
Já nos primeiros 15 dias de 2019, período de duas semanas, foram lavrados nove casos de violência contra animais, um deles com histórico de três cães mortos a facadas pelo próprio dono, um rapaz de 18 anos, morador de Rio Brilhante.
“Nos últimos 15 dias, nós atendemos dez casos de animais resgatados em Campo Grande, que sofreram maus-tratos, como envenenamento, tiro, espancamento entre cães e gatos. Eles vêm tão machucados que nem sempre conseguimos salvar.”, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, o vereador Francisco Gonçalves de Carvalho (PSB), que trabalha na causa animal há pelo menos quatro décadas.
Embora os apelos frequentes da sociedade, a prática de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres domésticos ou domesticados, pela legislação brasileira, não são tidos crimes graves.
Tanto que o rapaz que matou os três cães a facadas, se condenado, pode pegar pena de três meses a um ano, período que pode ser revertido em serviços prestados à comunidade.
Ainda segundo a assessoria do vereador Francisco, que é veterinário, recentemente uma protetora de animais socorreu um cachorro que viu machucado, numa rua do bairro Carandá Bosque, parte nobre de Campo Grande.
Maria Helena Oliveira, a protetora, disse que o animal estava ensanguentado e, ao levar ao veterinário soube que o cão tinha costelas quebradas e havia sido envenenado. Por sorte, o bicho sobreviveu.
O caso em questão dificilmente será investigado. Violência contra animais só é apurado se o caso for levado à polícia ou à promotoria de Justiça do Meio Ambiente.