O ano de 2020 foi marcado pelas queimadas e mortes de milhares de animais no Pantanal sul-mato-grossense e mato-grossense. Desde o início do ano, os incêndios destruíram 28% do bioma e cerca de 4,1 milhões de hectares de vegetação, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O ano de 2020 foi o que teve mais registros de fogo no Pantanal desde o fim da década de 90, quando o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou.
Ao mesmo tempo, biólogos alertaram sobre a ameaça a um dos ecossistemas de maior biodiversidade do planeta. O Pantanal abriga cerca de 1.200 espécies de animais vertebrados, incluindo 36 ameaçados de extinção. As queimadas viraram notícia internacional e causou preocupação.
Investigação da PF
A PF (Polícia Federal) iniciou uma operação para encontrar os responsáveis pelos incêndios. Em nota, o órgão afirmou que havia indícios de incêndios criminosos iniciados em áreas inóspitas da região e que podem ter sido causados por ação humana.
Minimizou
No ápice das queimadas, o presidente Jair Bolsonaro atribuiu as chamas ao clima seco e acumulo de massa orgânica, durante o discurso na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Faltou fiscalização
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) diminuiu o ritmo das operações de fiscalização em Mato Grosso do Sul em 2020. Conforme divulgado pelo G1, a queda se reflete nas multas aplicadas: autuações relacionadas à vegetação (como desmatamento e queimadas ilegais) caíram 22% em 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado. De 1º de janeiro de 2020 até a segunda-feira (14/09), o Ibama aplicou 50 multas contra infratores de Mato Grosso do Sul, por violações envolvendo a vegetação. No mesmo período de 2019, foram registrados 64 autos de infração. A maior parte (65%) do bioma do Pantanal fica no território sul-mato-grossense.
O Ibama citou a BBC News Brasil, que a queda no número de autuações foi por conta da redução no contingente de fiscais até a criação de novas rotinas administrativas. Eles citam também que o governo nomeou pessoas para ocupar funções que não tinham experiência na área.
O Combate ao fogo
Em 14 de setembro, o governo estadual do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência ambiental e no dia 16 o governo federal liberou R$ 3,81 milhões para a Defesa Civil do Mato Grosso do Sul conter as queimadas no Pantanal. O secretário de Governo Eduardo Riedel detalhou que 300 homens e cinco aeronaves militares, sendo quatro aviões Hércules, do Exército Brasileiro e um helicóptero da Marinha do Brasil realizaram o combate ao fogo.
Resgate
O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) realiza deste o mês de setembro, em parceria com outras instituições de ensino e pesquisa, organizações não-governamentais (Ongs), empresas e organismos militares, um trabalho de resgate e reposição alimentar e hídrica aos animais silvestres atingidos pelos incêndios florestais que ocorrem no Pantanal e outras unidades de conservação.