Criminalistas ouvidos pela Folha de São Paulo disseram, nesta segunda-feira (18), que é prematuro dizer que Flávio Bolsonaro e o pai, Jair, cometeram crimes, mesmo se confirmado o vazamento de informações por um suposto delegado da Polícia Federal, sobre uma investigações em andamento.
Os especialistas falaram em tese, já que não têm acesso às investigações. Para os entendidos, o presidente e o filho só cometeram crimes caso tenham corrompido um agente público ou atrapalhado as investigações.
A Polícia Federal, o Ministério Publico Federal e a Procuradoria-Geral da República vão investigar as denúncias de Paulo Marinho, que disse que, durante as eleições de 2018, Flávio se encontrou com um delegado, não identificado por ele, e revelou detalhes sobre a Operação Furna da Onça.
''Fazer uso de informação vazada, por si só, não é um delito. Isso irá depender de qual ação irá praticar ao recebê-la'', refletiu Daniel Gerber.
''Falando do Flávio Bolsonaro ou até do presidente, se eles só receberam essa informação, não há nada a fazer. Mas ao que parece, eles teriam tomado alguma atitude diante das informações recebidas. Por exemplo, se ele demitiu o Queiroz [Fabrício, ex-assessor], com base nessa informação, ele pode ter praticado um crime'', diz a criminalista Maria Beuchamp Salomi.
Segundo Paulo Marinho, o delegado alertou, à época, que Fabricio Queiroz e a filha dele, Natália, seriam investigados, e que portanto deveria demiti-los. Essa medida, foi tomada, segundo revelou o jornal paulista.