A senadora Soraya Thronicke (PSL), apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, destacou que o presidente da República deveria cobrar mais votos do Centrão em favor do governo no Congresso. A parlamentar enxerga que a distribuição de cargos para esses partidos ainda não refletiu em uma base de apoio ao Planalto.
"Se o presidente fizer isto agora com o Centrão, o cara ter ministério e não votar lá dentro, aí vai para o brejo. É uma via de mão dupla. Isso não é corrupção, é governabilidade. Se não andou na linha, tem que tirar", afirmou a senadora por Mato Grosso do Sul.
Thronicke enxerga centro e Centrão como um ''bolo só''. Ela avalia que o Democratas ganhou a maior fatia dos ministérios e a presidência da Câmara e Senado e não retribuiu essa ocupação em forma de votos a favor do governo.
''Alguns parlamentares são extremamente fiéis e outros derrubaram medidas provisórias e trabalharam contra. Votam errado, trabalham contra, tentam derrubar tudo na boca pequena e o presidente dá espaço’’, critica Soraya, que coloca o MDB na lista dos ''mal-agradecidos'', já que o partido tem a liderança do governo no Senado.
''Ou é porteira fechada e tem o ministério inteiro ou garante 'x' de votos e tem metade do ministério. Tem governador que tem órgãos inteiros no governo, manda, desmanda faz o quer e não dá um voto, por exemplo, Ronaldo Caiado (DEM). Tem espaço até hoje e isso não significa voto nenhum. Se o MDB já tinha lugar, reconduzir o Marun (Carlos Marun, do MDB, no Conselho de Itaipu) não aumentou um voto no Congresso. Isso não refresca. Aí é hora de sentar com o MDB e falar: eu quero mais um fidelíssimo aqui dentro. Ajudar gente sem mandato para nada'', seguiu Soraya nas críticas.
A senadora se classifica como ''uma base racional'' do governo dentro do Senado e que o Planalto não tem um número certo de senadores aliados. 'É conforme a banda toca'', garante.