Está em algum lugar ingrato do subconsciente social a relação entre ser mulher e a maternidade. Apesar desse papel não defini-la, foi nele que a administradora Ari Osshiro resgatou sua essência, que a motivou a criar caminhos para dividir descobertas junto a outras mulheres.
Já treinada em passar noites em claro, encontrou estratégias de empreendedorismo materno e, na vontade de levar mais informação sobre a criação consciente para outras famílias, criou a Aldeia, junto com as amigas Camila Zanetti e Fernanda Gomes de Araújo.
O grupo começou pela organização de encontros, palestras e cursos, englobando variados temas, mas quase sempre relacionado ao fortalecimento do vínculo afetivo entre pais e filhos.
Ela destaca, porém, as especificidades desse aspecto que recaem, invariavelmente, sobre as mulheres.
“Temos jornada dupla ou tripla e tudo é socialmente aceitável. Uma frase que explica bem a questão é essa: ‘trabalhe como se não tivesse filhos e fique com seus filhos como se não trabalhasse’. Crianças não são sempre bem vindas nos espaços de trabalho. Faltar ao trabalho por questões de família não são bem vistas e a própria necessidade de rede de apoio é vista como mimimi”, observa.
Ainda, ressalva que a sociedade trata a maternidade como um mundo cor de rosa, perfeito e ideal, e critica a idealização da vida materna. Para Ari, a romantização traz peso e culpa pelo cansaço, pelos medos e inabilidades para algumas das funções a serem desempenhadas pela mulher que escolhe ser mãe.
"Não nascemos sabendo tudo o que precisamos para sermos mães. A nível de necessidades todos os seres humanos se compreendem, o que afasta as conexões humanas são os rótulos e julgamentos que fazemos.Acima de tudo, não já receita pronta, mas uma dose de empatia e conexão pode trazer muitos resultados, tudo isso banhado de muito amor", diz.
Lidando diretamente com essas quebras de paradigmas, ela encabeçou o 1º ‘mamaço’ em Campo Grande, por exemplo, pelo direito a amamentar em público.
“Muita coisa mudou desde então, mas há um longo caminho de não julgamento e empatia para que os papéis sejam mais igualitários. Não nascemos para ser sós, nascemos para viver em bandos, em sociedade. Nascemos para ter trocas de experiências, sentimentos, vivências. Dica: procure sua tribo e fortaleça-se”.
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