Quando o assunto é violência contra criança e abuso, é preciso estar atento. E discutir o tema é sempre um bom caminho. Diante da iniciativa, a conselheira tutelar Cassandra Szuberki explica que é preciso sempre denunciar, mas alertar para as diferentes formas de abuso e violação dos direitos sexuais das crianças e adolescentes.

“Quando falamos sobre, precisamos diferenciar as diversas formas de abuso sexual. Uma coisa é pedofilia, outra é estupro, outra exploração sexual onde crianças e adolescentes são exploradas sexualmente com fins lucrativos.  Geralmente a vítima de qualquer um dos acima já sofreu violência física e psicológica”, explica sobre as diversas formas de violação.

Cassandra alerta para o perigo de não se ouvir uma criança. “Criança não é propriedade de ninguém. Ela tem que ter os direitos resguardados. É preciso informar que infelizmente as crianças sempre foram tidas como extensão da propriedade familiar, devido a própria ignorância da sociedade. Antigamente escolhia-se até o que cada criança seria quando crescesse, e até casamentos obrigatórios de meninas com seus próprios agressores”, conta.

“É tão triste para mim ver tudo isso, porque por mais que a gente lute, a gente explique, prove, apresente dados estatísticos, elas não são ouvidas por quem deveriam ser respeitadas.

Alerta

Para ela, é preciso ouvir. “Infelizmente os tribunais de justiça, os tribunais brasileiros, inclusive Mato Grosso do Sul, ainda olham com reserva o depoimento das crianças, elas precisam ser ouvidas. Eu entendo que um processo passe dez, 15 anos, mas é preciso ouvir”.

“Se uma mãe, como no caso da novela, ela tinha desconfiança de que a filha era molestada, era abusada, sofria maus tratos ou abuso sexual, e nada fez. Ela foi omissa, e quando ela será ouvida? Só com 18 anos, e a responsável pela denúncia tem que provar sozinha aquilo que aconteceu há 15, 20 anos. Sozinha”.

“É necessário lembrar Joana Maranhão. Eu peço encarecidamente, lembrem o que aconteceu com ela. Ouçam, por favor pais, ouçam os seus filhos, suas crianças, eduquem, imponham regras e limites para um desenvolvimento saudável, mas ouçam e observem atentamente suas crianças e adolescentes, seus comportamentos, alterações no modo de agir, atos, gestos, se teve alteração, se a criança se recolhe quando chega outra pessoa”, aponta.

E o alerta é geral. “Se a criança não quer ir de jeito nenhum na casa de alguém, não quer ir perto do professor, treinador, padre, pastor, tio, pai de santo. Respeite a criança, não fechem os olhos. Porque se a sociedade não respeitar isso, elas vão continuar sofrendo abusos”, alerta.

Canais para denúncia

O TopMídiaNews abre o espaço para vocês. E informa: qualquer violação pode ser denunciada anonimamente pelo Disque 100, procurando o Conselho Tutelar mais próximo ou mesmo a DEPCA (Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente). 

Precisa encontrar o Conselho Tutelar de sua Região? 
Aqui listamos os endereços e contatos dos três CT's de Campo Grande/MS:

CONSELHO TUTELAR SUL
Avenida Arquiteto Vila Nova Artigas S/N  - Bairro Aero Rancho
Telefone: 67-3314-6367 e 3314-6370
Celular de Plantão (após 17:30): 98405-9530

CONSELHO TUTELAR NORTE
Travessa São João Bosco Nº 49 - Bairro  Monte Castelo
Telefone: 67-3314-6366 e 3314-6371
Celular de Plantão: 98405-9529

CONSELHO TUTELAR CENTRO
Rua Sebastião Lima Nº 1297 - Bairro Monte Líbano
Telefone: 67-3314-4337 e 3313-5027
Celular de Plantão: 98469-1183