Mesmo com dezenas de cruzes espalhadas na parte assoreada do lago do Parque das Nações Indígenas para chamar a atenção, poucas pessoas manifestaram apoio ao movimento que reúne três entidades que lutam contra o dano ambiental de forma silenciosa. O TopMídiaNews esteve acompanhando a manifestação na tarde deste sábado (20). O lago é considerado um dos principais cartões postais da Capital e pede socorro.
Sem desistir da causa, o coordenador do Movimento pela Preservação da Natureza, Alfredo Sulzer, alerta que há pelo menos um mês, a parte assoreada do lago apresentou crescimento, o que dificultaria a vida da biodiversidade do local.
"A situação se mostra crítica. O poder público não tem noção das consequências ruins deste assoreamento. Se a gente não tivesse reagido, isso aqui iria acabar. Há um mês não havia tanto assoreamento, o lago está morrendo e isso compromete a qualidade de vida aquática", revela.
Coordenador do Movimento pela Preservação da Natureza, Alfredo Sulzer. Foto: André de Abreu.
Para o presidente da Associação de Engenharia Sanitária e Ambiental de Mato Grosso do Sul, Aroldo Ferreira Galvão, várias medidas precisam ser tomadas para evitar que haja um dano maior.
"Precisa ser retomada a recomposição de mata siliar, criar e fazer a manutenção de barragens de retenção de areia, além de obras de engenharia como os piscinões. O fato de haver matéria orgânica acaba comprometendo a qualidade da água e prejudicando a fauna e a flora do principal cartão postal da cidade", revela.
Mesmo sem apoio, as entidades junto com o Grupo de Moradores da Chácara dos Poderes, SOS Parque dos Poderes, convocam a população a fazer a sua parte. "Nós estamos fazendo um ato simbólico para levar a mensagem aos governantes e à população. O lago pede socorro", diz Alfredo.
Presidente da Associação de Engenharia Sanitária e Ambiental de Mato Grosso do Sul, Aroldo Ferreira Galvão. Foto: André de Abreu.
Abandono
Alfredo Sulzer ainda lembra que o local também está abandonado. "É visível que o poder público está se omitindo. Há um descuido total com outros setores do parque como a falta de segurança na portaria, aqui não tem vigilância e possui uma iluminação precária. Não tem nem banco para sentar".