Um casal prestou queixa na Polícia Civil depois que descobriu que um perfil do Facebook estava usando fotos da família e até imagens do filho Lucas Miguel, que morreu em junho do ano passado.
O objetivo do perfil fake era arrecadar fotos usando a criança.
Em entrevista ao G1, Antônio Luiz Junior, 30 anos, contou que fez uma busca na internet e descobriu que as imagens eram publicadas desde 2014.
Uma delas era anúncio de venda de um videogame. Na postagem, a pessoa escreveu que estava vendendo porque não tinha tempo e ainda enfatizou: "meu menino está doente".
"São postagens desde 2014. Fotos do meu casamento, fotos com os meus irmãos, meus sobrinhos, vídeos de mim em casa com a minha filha, quando ela nasceu. Tudo isso era postado. Esse pessoal pensava que vivia a minha vida na rede social", relata Antônio.
Antônio é de Sorocaba, mas se mudou para São Paulo em 2018 em busca de tratamentos para o filho, que nasceu com mielomeningocele, problema que ocorre quando a medula espinhal do bebê não se desenvolve corretamente. Contudo, ele não resistiu às complicações da doença.
Depois de divulgar o relato, uma mulher entrou em contato com a família e se comprometeu a não usar mais as fotos. Porém, continuou fazendo negociações com outras pessoas se passando pela família do bebê.
"O intuito foi dar a chance para a pessoa se desculpar e ver que errou. Eu acredito que as pessoas erram e, não é porque elas erram, que serão esse erro para sempre. Aí levei outro tapa na cara. A pessoa mentiu novamente para mim, usou a minha dor dizendo que também tinha perdido um filho."
A família ainda afirma que teme pela própria segurança e busca uma solução para que as autoridades policiais investiguem quem publica das imagens.
O caso foi registrado no 33° Distrito Policial de São Paulo como invasão de dispositivo informático.
"Eu não sei o que essa pessoa pode ter feito, quantas pessoas ela já enganou com a minha foto. Estamos com medo de andar na rua, de levar uma represália ou apanhar de alguém. Sentir que uma pessoa pode entrar nesse espaço sagrado e usar isso para benefício próprio é monstruoso."
Em nota, o Facebook informou que contas e páginas que se passam por outras pessoas violam os padrões da comunidade e são proibidas. A rede ressalta a importância da denúncia em casos como este.