O presidente Jair Bolsonaro publicou, nesta segunda-feira (20), nota da Associação Médica Brasileira sobre a hidroxicloroquina. A entidade defende que o médico tenha autonomia para receitar ou não o medicamento.
A AMB destacou que acompanha diversos estudos sobre a eficácia do medicamento no tratamento da covid-19, e teria concluído que não existem estudos seguros, robustos e definitivos sobre o tema.
Ainda segundo a entidade formada por médicos, os mais recentes estudos que dizem que a hidroxicloroquina é ineficaz contra a covid, também tem fragilidades que seriam reconhecidas pelos próprios autores.
''Infelizmente, pouco se aprendeu com o episódio. Médicos, entidades, políticos, influenciadores e palpiteiros seguem monitorando estudos sobre o uso de hidroxicloroquina em pacientes acometidos pela Covid-19. Uns procurando provas de que se trata da salvação. Outros, de que é puro placebo. Ou pior: veneno (mesmo diante do fato de que os efeitos adversos são limitados e conhecidos há mais de cinco décadas). Muitos sairão da pandemia apequenados, principalmente médicos e entidades médicas que escolherem manipular a ciência para usá-la como arma no campo político-partidário'', disse a diretoria na nota.
A AMB se disse signatária da Declaração de Helsinque, da WMA, juntamente com associações médicas de centenas de países. Sendo assim, a associação garante ter o compromisso de defender a autonomia do médico e do parecer do Conselho Federal de Medicina, que disciplinou o uso da hidroxicloroquina.
Em seu perfil no Facebook, Bolsonaro recortou um trecho da nota da AMB que diz:
''É importante lembrar que o uso off label (fora da bula) de medicamentos é consagrado na medicina, desde que haja clara concordância do paciente. E que, sem a prática do off label, diversas doenças ainda estariam sem tratamento''.