A primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu a vacina contra a covid-19 nos Estados Unidos. A informação foi compartilhada pelo presidente Jair Bolsonaro em entrevista para a Veja.

No entanto, a repercussão da declaração não caiu bem para políticos e até infectologistas que acreditam que isso seja um "absurdo" e uma forma de "desprezo" com o SUS (Sistema Único de Saúde).

Questionado pela revista se vê um mau exemplo o fato das declarações sobre ser contra as vacinas e não ter negociado com a Pfizer, Bolsonaro respondeu que a esposa quis se vacinar na viagem ao exterior e ele reforçou que ainda não se imunizou.

"Tomar vacina é uma decisão pessoal. Minha mulher, por exemplo, decidiu tomar nos Estados Unidos. Eu não tomei", revelou o presidente para a Veja.

Para o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), a atitude não reflete com os bons modos e a primeira-dama deixou de dar um bom exemplo para os brasileiros. 

"Primeiro, ela está de parabéns por ter se vacinado. A vacina salva. Fez a coisa correta. Isso é nota 10. [Por outro lado,] nota zero, porque a vacina que é aplicada nos Estados Unidos é a mesma que é aplicada aqui no Brasil. Então, ela poderia aqui ter se vacinado, mostrado aos brasileiros ela se vacinando, para dar um bom exemplo aos brasileiros e aí, sim, veríamos o patriotismo de verdade, não patriotismo da boca pra fora", disse ao G1.

Ouvido pelo G1, Pedro Hallal, epidemiologista que coordena o Epicovid, destacou que a atitude da primeira-dama mostra um desprezo com o SUS. 

"Se confirmada, é uma notícia que mostra desprezo com o SUS e com os brasileiros. Demonstra falta de confiança no sistema universal de saúde, acessível a todos os brasileiros", afirmou.