Secretária estadual de educação em Mato Grosso do Sul, Maria Cecilia Amêndola da Motta classifica como ‘fatalidade’ o ataque em escola de Suzano, interior paulista. Os atiradores eram ex-alunos da unidade e cometeram suicídio após matarem oito pessoas, entre estudantes, funcionários e um comerciante.
Horas depois do caso, que aconteceu pela manhã desta quarta-feira (13), a titular da Sed (Secretaria Estadual de Educação) chegou a conversar com Rossieli Soares da Silva, secretário da pasta no estado de São Paulo. “É lamentável, estamos todos chocados, ele disse que está sendo muito difícil, para mim também, para todos foi uma coisa terrível”, comenta.
Ela analisa que, mesmo com todos os cuidados, é difícil evitar que pessoas mal-intencionadas entrem em espaços públicos. Em sua visão, é tênue a linha que dá segurança às escolas de maneira saudável, sem emular nesses locais ambientes de presídio.
“É difícil a gente falar em como evitar, porque todos corremos esse risco em ambientes públicos. A escola não é presídio, o jovem está lá para se educar, a sociedade não está pronta para isso. É um debate muito grande sobre os prós e contras de transformar um ambiente educacional quase em um ambiente prisional, como colocar guarda armada”, opina.
Medidas
Hoje, escolas estaduais em MS contam com agentes patrimoniais e inspetores, nas entradas e dentro das unidades. Em algumas há monitoramento por equipamentos de vídeo, medida que deve se estender a mais escolas.
“Temos um projeto piloto sobre a implantação das câmeras, inspirado em Manaus, o secretário virá até o Estado no próximo mês. Tem o projeto que se chama ‘Escola Segura, Família Forte’, que trata sobre a ronda também. Mas eu creio que nem o monitoramento poderia ter evitado”, analisa a secretária.
O programa 'Escola Segura, Família Forte' tem como objetivo promover o fortalecimento dos vínculos entre segurança pública, escola e família na prevenção de situações conflituosas no ambiente escolar e entorno. Hoje, atende 60 escolas, sendo 32 escolas estaduais e 28 escolas municipais, com abordagens, palestras e apreensões dentro e fora das unidades.
Após a tragédia, ela afirma que deve comunicar professores e diretores das unidades para promover ações de orientação em situações críticas como a ocorrida no município paulista. “Sou muito mais a favor da educação, do entendimento, do que a limitação e punição. É preciso educar alunos, a sociedade, promover todos os direitos à educação, incentivar novos currículos de competências emocionais, ver que os alunos também são produtos da sociedade”, finaliza.