O GAV (Grupo Amor Vida) Arthur Hokama é uma associação civil que oferece atendimento para aqueles que querem ser ouvidos. A sede está localizada em Campo Grande, mas presta apoio emocional para pessoas em crise, com foco na prevenção ao suicídio, de todo Estado.

De acordo com o coordenador de divulgação do GAV, Roberto Sinai, 60 anos, o serviço é prestado através de colaboradores voluntários não remunerados através do telefone +55 (67) 3383-4112, (67) 99644-4141 (Vivo) e (67) 99266-6560 (Claro), sendo garantido ao atendido o anonimato, o sigilo e a não discriminação

“Surgimos aqui em 2001, como franquia do CVV. A partir de 2011, resolvemos estadualizar o programa, na época tínhamos que buscar conhecimento lá em São Paulo. Trabalhamos com prevenção, cada atendimento é de um jeito. De manhã a pessoa tem um tipo de sentimento, pode estar feliz por vários motivos, cada um deles vai causar uma emoção diferente. Não temos profissionais da área de saúde mental, oferecemos atendimento por telefone, sendo aquele amigo do momento. Orientamos aqueles que necessitam de ajuda de um profissional a procurar o Caps, que oferece atendimento gratuito com psicólogos”, explica Roberto.

Ele conta que, antes da pandemia, o grupo contava com um total de 70 voluntários. “Temos idosos, portadores de problemas renais, cardíacos, bastante gente do grupo de risco que teve que parar de atender na pandemia do novo coronavírus. Tem até jovens do grupo de risco, hoje somos 60 colegas. Cada um faz plantão de quatro horas, uma vez por semana”.

Ser um voluntário

Conforme Roberto, para ser voluntário, é necessário ter mais de 18 anos, ter amor ao próximo e ser solidário. “Oferecemos um curso de formação que dura em média três meses, porque tem gente que acha que sabe dar conselho, mas não aconselhamos, não julgamos, ouvimos. Fazemos um trabalho de escuta, temos outras frentes também, já estamos no setembro amarelo, temos muitas palestras em igrejas, mesmo com pandemia, fazemos virtual, gravamos lives, palestras e enviamos para empresas. Todos remodelaram, nós também, atendemos toda demanda, agora dessa forma virtual”.

Sinai explica que o curso oferece o exercício da escuta. “Nós temos ferramentas para o cidadão falar do sentimento no tempo necessário, sobre o que está sentindo. Não atendemos só pessoas em pânico. Eu sempre digo que ninguém quer morrer, nem se matar, querem se livrar de uma dor e, para isso, falar do problema é a melhor saída. Vivemos em um mundo corrido, louco, nem sempre familiares tem tempo para bom papo, às vezes queremos dividir até uma alegria com as pessoas e, para isso, nossos voluntários estão ali”.

Horário de funcionamento

O GAV funciona todos os dias, das 7 às 23 horas. “Não temos bina, não gravamos conversa, quem liga não precisa se identificar, porque é difícil falar de sentimento íntimo para um estranho, mas às vezes a pessoa quer se abrir e acha que entre amigos vai virar motivo de deboche”, finaliza Roberto.