Presa em casa desde maio de 2018, Rachel Rosana Giroto usou as redes sociais para postar algumas mensagens durante o feriadão dos dias 11 e 12 de outubro. Entre elas, demonstrou saudosismo com a vida que levava, talvez, antes dela e o marido, o ex-secretário de Obras Edson Giroto, terem problemas com a Justiça.
A mais recente publicação, de sexta-feira de Dia das Crianças e Nossa Senhora Aparecida, escreveu: "Saudades do mundo que eu vivia! Mas feliz aprendendo a ser feliz sozinha", não explicando se a afirmação se trata de suposta separação do esposo, que cumpre pena há cinco meses no Centro de Triagem da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande.
Um pouco antes, postou foto das filhas. "Parabéns pras crianças que mais amo no mundo! Que fazem nossas vidas mais doces e que acreditar no próximo ainda vale a pena! Feliz Dia das crianças meus amigos queridos", disse.
Na primeira postagem, realizada na manhã da quinta-feira de aniversário de Mato Grosso do Sul, pediu paz para as discussões sobre política. "Mais respeito, paz e equilíbrio", escreveu, seguida de imagem que demonstra união entre aqueles que apoiam o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL).
Pode?
O acesso à internet e redes sociais durante o cumprimento de prisão domiciliar depende do entendimento de cada juiz. A lei não especifica o que pessoas que cumprem essa pena podem ou não fazer.
Conforme classifica o jornal Nexo, as restrições podem ir desde comparecimento periódico em juízo até proibição do uso de internet, celular e estabelecimento de regras para recebimento de visitas. A imposição de medidas de monitoramento ao preso também fica a cargo de cada juiz, mas depende da disponibilidade de tornozeleiras eletrônicas.
A reportagem tentou entrar em contato com o advogado do casal, Valeriano Fontoura, para saber se na decisão judicial sobre sua pena consta a autorização para que ela tenha acesso à internet. Até a publicação desta matéria, não houve retorno.
Prisão
Quatro mulheres da família dos quatro envolvidos na Lama Asfáltica, operação da Polícia Federal que investiga esquema de corrupção, foram beneficiadas com a chamada prisão domiciliar.
Estão no presídio Beto Mariano, Edson Giroto, federal, o cunhado dele Flávio Schocchio e o empreiteiro João Amorim.
Os detidos têm sido investigados por lavagem de dinheiro, superfaturamento de obras e fraudes em licitação, crimes praticados, segundo a PF e o MPF (Ministério Público Federal), durante a gestão do ex-governador André Puccinelli (2007-2014), do MDB, também implicado nos delitos em questão.