Quando ainda cumpria pena na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), o líder do grupo criminoso “Irmandade de Resgate do Bonde Cerol Fininho”, Marcos Paulo da Silva, o Lúcifer, revelou durante uma audiência judicial por videoconferência, que passou duas décadas servindo ao satanismo e “realizando magia negra”. No entanto, teria se convertido ao islamismo e se tornado muçulmano.
A revelação foi feita ao magistrado após ele questionar o preso sobre o apelido “Lúcifer”. “Eu era adepto do satanismo, mas em 2010 eu abracei o islamismo e me converti”, explicou. O assassino em série, que se vangloria de ter matado 50 rivais — boa parte deles faccionados do Primeiro Comando da Capital (PCC) — não demonstra qualquer tipo de remorso.
Questionado pelo juiz se o Bonde do Cerol Fininho também planejava sequestrara e matar autoridades, Lúcifer foi direto, garantindo que os interesses do PCC não são os mesmo de sua facção: “Somos assassinos de cadeia, matamos faccionados. Não existem autoridades como alvos”, relatou.
Psicopata
Lúcifer ganhou notoriedade e passou a provocar pânico dentro do sistema penitenciário de São Paulo depois que, em 2013, rachou com a facção liderada por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Após se tornar dissidente da organização, o psicopata criou o próprio grupo.
Diagnosticado com psicose, ele confessou – com orgulho – ser o autor de 50 assassinatos dentro de presídios de São Paulo. As vítimas seriam sempre integrantes de facções.
A coluna Na Mira apurou que, atualmente, Lúcifer está isolado em uma cela, no “castigo” da Penitenciária 1 Presidente Venceslau (SP), em virtude da periculosidade dele. Preso pela primeira vez em 1995, aos 18 anos, por furto e roubo, Lúcifer entrou para o PCC pouco depois de ser encarcerado.
Quem é Lúcifer
Aos 19, ele se tornou um integrante ativo da maior facção criminosa da América do Sul, a ponto de participar de ações violentas dentro do sistema carcerário.
A crueldade dos assassinatos cometidos por Lúcifer e pelos seguidores deles se tornou um “cartão de visita” da Cerol Fininho. Em fevereiro de 2015, na cadeia onde atualmente ele cumpre pena, guardas prisionais encontraram os corpos mutilados de Francinilzo Araújo de Souza e Cauê de Almeida, com abdômen aberto, vísceras arrancadas e cabeças decepadas.
Esses crimes, como outros tantos cometidos por Lúcifer, eram acompanhados de um ritual macabro: após a execução, o assassino escrevia “Cerol Fininho” nas paredes celas com uso do sangue das vítimas. Além disso, entre as ações violentas mais notórias do psicopata está o massacre de cinco detentos na Penitenciária de Serra Azul, em 2011.
Durante a execução, ele gritava que queria matar ainda mais, em uma demonstração do próprio quadro de psicose. Em outro episódio, Lúcifer e os comparsas fizeram reféns vários agentes penitenciários e usaram um estilete artesanal para decapitar vítimas de homicídios na cadeia.