O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, deu, nesta terça-feira (26), prazo de cinco dias para que a Polícia Federal colha depoimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub. A justificativa foi a fala do ministro que pediu, durante reunião ministerial, a prisão dos magistrados da Corte Suprema.
"A manifestação do Ministro da Educação revela-se gravíssima, pois, não só atinge a honorabilidade e constituiu ameaça ilegal à segurança dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, como também reveste-se de claro intuito de lesar a independência do Poder Judiciário e a manutenção do Estado de Direito”, escreveu Alexandre de Moraes.
Alexandre de Moraes é relator de inquérito que apura fake news e ameaças contra ministros do STF. Além dos crimes de injúria e difamação, Moraes suspeita que o ministro da Educação tenha cometido outros, muito mais graves.
''Tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer dos Poderes da União ou dos Estados", "Fazer, em público, propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social", "Incitar à animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituições civis" e "caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação''.
Ameaças?
Em reunião ministerial do dia 22 de abril, cujo vídeo foi divulgado a pedido do ministro Celso de Mello, Weintraub fez um desabafo pessoal a respeito da estrutura política de Brasília.
“Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF'', disse o ministro em fala dirigida ao presidente Jair Bolsonaro.
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