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18/12/2018 14:35

2 anos atrás ela sofreu AVC antes do Enem; agora, vai ser médica por universidade pública

Katinayane, ainda com sequelas do derrame, passou em vestibular e ambição será alcançada em Rondônia

Há 2 anos, a estudante Katinayane Zolin, a Kati, na época com 18, sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) às vésperas do Enem. Médicos chegaram a cogitar que o motivo do acidente vascular, incomum na juventude, tivesse relação com a ansiedade e pressão do momento de escolha profissional e disputa por uma vaga na universidade dos sonhos dela, Medicina.

A menina, que mora em Várzea Grande, cidade vizinha de Cuiabá, a capital de Mato Grosso, quase morreu, mas resistiu. Venceu a etapa hospitalar, faz fonoaudiologia e fisioterapia. Fala ainda hoje com dificuldade, anda mancando, porém não desistiu. Conseguiu bolsa, fez cursinho e acaba de receber uma notícia boa: passou no vestibular para o curso que queria em universidade pública.

O caso dela repercute como exemplo de milagre ou superação.

O resultado do vestibular saiu na sexta (14). Ela foi aprovada na Universidade Estadual de Roraima, que fica na Capital, Boa Vista. Para ir fazer a prova lá vendeu rifas de um jogo de potes e um edredon. "Me virei", resume. Isso porque mora com a mãe e as duas vivem com pouco dinheiro. Muitas das vezes contaram com a ajuda da avó.

A mãe de Kati,  Vilma da Silva, 47, trabalha fora para sustentar a casa, mas no momento está sem emprego. Ela é a maiora apoiadora da filha. Nos piores momentos, esteve lá, rezando para resistir. Agora, as duas estão comemorando a conquista. Vilma também vai se mudar para Boa Vista e lá espera arranjar um emprego no ramo das farmácias. Está fazendo um curso de atendente na área.

Com tudo isso que viveu, Kati acredita que amadureceu. Antes se angustiava com coisas pequenas - comportamento comum de jovens. Agora não é qualquer motivo que a abala. "A gente começa ver as coisas de forma diferente", afirma. Sobre a escolha profissão, critica a pressão excessiva que famílias e cursinhos jogam sobre os jovens. "A maior pressão, no entanto, é a gente que faz com a gente mesma, isso tem que parar".

Ainda lutando contra sequelas, a jovem demontra estar muito feliz, diz que teve boa impressão de Boa Vista - uma cidade linda e limpa - e é lá que quer começar a galgar o sonho de ser médica neurologista. "Aprendi muito sobre isso por causa do AVC que sofri e me encantei ainda mais por esta área que já me atraía antes", comenta.

A data de embarque ainda depende do edital a ser publicado sobre a matrícula e começo das aulas.

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