Com ordem de serviço assinada em 27 de julho de 2016, a obra de duplicação de 4,5 km de extensão da Avenida Euler de Azevedo, em Campo Grande, patina há mais de um ano e meio. Além disso, estimado inicialmente em R$ 14,7 milhões, o serviço já consumiu cerca de R$ 3,6 milhões a mais que o previsto.
Segundo o Portal da Transparência, a Anfer Construções e Comércio Ltda é responsável pela adequação da capacidade de tráfego entre a Avenida Presidente Vargas e o anel rodoviário da MS-080 numa extensão de 2,500 quilômetros da área urbana. O valor inicial do serviço era de R$ 8.610.105,70, mas passou para R$ 10.566.793,57.
Responsável pelo lote II da obra, que inclui a área rural da avenida, a Construtora Industrial São Luiz S/A teve um reajuste proporcional no contrato para a duplicação do asfalto. Com orçamento inicial de R$ 6.106.804,71, a estimativa de pagamento para a empresa teve um salto para R$ 7.782.881,04 por 2,000 quilômetros de malha viária.
Quando lançou a obra, o secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, prometeu reparo de asfalto, ampliação da pista, implantação de serviços de drenagem e ainda uma ciclovia, entre a entrada do Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito) até a Avenida Duque de Caxias, em doze meses.
Secretário de Obras, Marcelo Miglioli - Foto: André de Abreu/Arquivo
No entanto, o que se vê por toda a extensão da Euler de Azevedo são obras e trechos interditados por toda parte. Em frente ao Detran/MS, a antiga rotatória foi destruída e estão trabalhando em um canteiro central, que começa com vegetação e continua com concreto. A ciclovia aparece em apenas alguns trechos, com várias interrupções e nenhuma sinalização.
Viviane Fontoura, 33 anos, possui um centro automotivo na Avenida há dez anos. Ela conta que só conseguiu amenizar os prejuízos com as constantes interdições porque possui um terreno na esquina, podendo abrir uma porta na rua perpendicular.
A comerciante ainda critica o canteiro central em concreto, pois acredita que vai complicar a situação ao invés de evitar acidentes. Segundo ela, os carros vão bater no concreto, estragando a estrutura e gerando mais gastos para o poder público. Para ela, seria melhor ter investido na sinalização do local, com semáforos e faixas de pedestre.
Orvarindo dos Santos Dias reclama da falta de informação - Foto: André de Abreu
Orvarindo dos Santos Dias, 66 anos, é dono de um supermercado na região há 11 anos. Ele reclama que a demora na conclusão da obra gera muita sujeira, o que prejudica seu comércio, que precisa de um ambiente limpo. Ele destaca que questionou os engenheiros da obra sobre o projeto, mas ninguém sabe informar nada. “Eles fazem o que querem”, alfineta.
Dona de uma lojinha de variedades na Euler de Azevedo há oito anos, Eraci Magalhães Maciel, 48 anos, destaca que a obra traz benfeitorias, mas o trecho em que ela trabalha ficou mais de 20 dias fechado. “Choveu muito e ninguém ia trabalhar. A rua ficou fechada e prejudicou muito o movimento”, alega.