A partir do dia 1º de janeiro, o salário mínimo do trabalhador brasileiro está previsto para R$ 788,06. O anúncio foi feito pela ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior e o Projeto de Lei Orçamentária foi entregue nesta quinta (28) ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A inflação tem peso decisivo no fator de correção do salário do trabalhador. Em 2000, o salário mínimo no país era de R$ 151, o que seria para difícil para o cidadão sobreviver com tal provimento nos dias atuais. O cálculo do reajuste foi feito com base no percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano retrasado mais a reposição da inflação do ano anterior pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
De acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os gastos com alimentação são aqueles que mais pesam no bolso das famílias com menor renda quando há forte pressão inflacionária. Desde 1994, a variação da inflação acumulada no Brasil foi de 333% até o ano passado, tomando como base o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) apurado pelo IBGE.
Novo salário – O projeto, entregue a Calheiros ainda passará pela análise da Câmara e Senado. O valor está sujeito a alterações antes da aprovação final pelo Legislativo. A previsão de aumento já havia sido divulgada em abril deste ano no valor de R$ 779,79 – Hoje conta com R$ 8,27 a mais do que o previsto anteriormente.
A seguir, a tabela evolutiva do salário mínimo no Brasil nos últimos anos:
Imagem: Guia Trabalhista
Impacto – Segundo a ministra Miriam Belchior, o impacto nas contas públicas da União deve chegar à ordem de R$ 22 bilhões em 2015. “É a regra que está estabelecida de valorização do salário mínimo”, disse a ministra do Planejamento à Globo News ao deixar o gabinete do presidente do Senado.
Já o impacto do salário mínimo sobre o mercado de trabalho foi um dos temas do seminário Política de Salário Mínimo para 2015–2018: Avaliações de Impacto Econômico e Social, ocorrido em maio deste ano e organizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e pela Escola de Economia de São Paulo (EESP/FGV).
De acordo com o estudo, a valorização do salário mínimo nas últimas décadas no Brasil, com aumento real (acima da inflação) de 75% de 2002 a 2014 e acima de 100% desde 1995, contraria as teorias econômicas. Segundo os analistas da FGV, a alta do mínimo não provocou o aumento do desemprego, da informalidade e da inflação propagado pelas teorias econômicas tradicionais.
Fonte: Globo News e Agência Brasil