Com a alta da inflação, de 5,67% até agosto, e o aumento do desemprego, as famílias brasileiras estão consumindo menos. A redução de despesas atingiu desde itens supérfluos até os mais básicos, como alimentos.
O levantamento é da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), que anunciou um recuo de 2,33% no Consumo nos Lares Brasileiros entre os meses de agosto e julho deste ano. Na comparação com o mesmo mês de 2020, o consumo fechou com variação negativa de 1,78%. Ainda assim, o acumulado de 2021 segue positivo em 3,15%.
De acordo com Marcio Milan, vice-presidente da ABRAS, apesar dos dados, o setor mantém o otimismo e aposta nas ocasiões de grande consumo, como o Black Friday e o Natal. “Apesar dessa desaceleração, estamos confiantes e manteremos nossa projeção inicial de crescimento de 4,5% para 2021”, concluiu.
O presidente da AMAS (Associação Sul-mato-grossense de Supermercados), Edmilson Verati, lembrou que o poder aquisitivo do consumidor está em queda. “Temos percebido que os consumidores estão comprando menos, apesar de continuar a pagar valores similares que em meses anteriores”.
Cesta Abrasmercado
Em agosto, o gasto com produtos da cesta Abrasmercado, que abrange 35 produtos de largo consumo nos supermercados, manteve a tendência de alta, fechando o mês em R$ 675,73, com aumento de 1,07% em relação a julho/2021. No comparativo com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 22,23%.
A batata, café torrado e moído e frango congelado registraram as maiores altas, subindo 20,9%, 10,7%, 7,1%, respectivamente. O sabonete e o ovo também configuram na lista com avanço de 4,3% e 3,7%. As maiores quedas são da cebola (-4,9%), refrigerante pet (-2,8%), tomate (-2,3%), farinha de mandioca (-1,7%) e feijão (-1,5%).
Em Campo Grande, a variação da Cesta Abrasmercado ficou em 2,47%, entre os meses de julho e agosto, passando de R$ 518,13 para R$ 530,91, sendo que a variação nacional foi de 1,07%.