Para o presidente da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, os índices positivos da economia apontam que 'a recessão ficou para trás' e isto faz com o setor tenha fôlego para captar investimentos, principalmente, em Mato Grosso do Sul, que se revelou em um Estado em potencial para se investir. No entanto, a geração de emprego não acompanhou a evolução econômica.
Longen apresentou dados positivos quanto a arrecadação, principalmente do setor produtivo. Em 2015, Mato Grosso do Sul ocupava a 16ª posição no país com R$ 83,1 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto), colaborando com 1,39% do PIB Brasileiro, sendo o 8º lugar no PIB per capita. Em 2018, o Estado apresentou evolução no crescimento de 4,3% ao ano entre 2015 a 2019. "A projeção neste ano será de R$ 97,5 bilhões e. para o ano que vem. vai chegar R$ 102,5 bilhões", comenta. "É uma mensagem de otimismo e precisamos virar essa página", disse.
Longe ainda garantiu que a economia do Estado 'está muito bem'. "Demonstra que estamos bem. É um Estado com potencial de investimentos", pontuou. Conforme a Fiems, houve aumentos em todos os setores econômicos em relação ao PIB Estadual.
"Na agropecuária a participação foi de 18%, com R$ 13,6 bilhões; na administração pública, a participação foi 18%, com R$ 13,6 bilhões. O setor da indústria, foi de 22%, com R$ 16,4 bilhões e o serviços e comércio foi de 41%, com R$ 30,7% bilhões", explica.
No caso do PIB Industrial, os índices também foram positivos. Enquanto 2017 registrou 18,3 bilhões, em 2018 espera-se que seja em torno de R$ 19,4 bilhões. Para 2019, o alcance será maior, batendo a casa dos R$ 20,8 bilhões. Conforme dados econômicos, o crescimento nominal médio de 2010-2014, representou 9,7% ao ano para MS. Quanto ao crescimento nominal médio estimado, de 2015-2019, foi de 4,9% ao ano.
O presidente ainda afirma que o investimento estrangeiro no país também deve aumentar a confiança de investidor no país. Enquanto em 2017, o investimento foi de US$ 60,3 bilhões, o ano de 2018 será de US$ 77,5 bilhões. Em 2019, conforme dados do Banco Central repassados pela Fiems, a projeção é que os investimentos diretos de capital estrangeiro gire em torno de US$ 80 bilhões. "O que gera reflexos em Mato Grosso do Sul", disse Longen.
Quanto a exportação, em 2017, Mato Grosso do Sul mandou para fora do país cerca de US$ 3,05 bilhões. Em 2018, a expectativa é que gire em torno de US$ 3,51 bilhões. O crescimento nominal estimado fica em 15% para 2018. O destaque é ocasionado pela celulose que deverá responder sozinha por metade das exportações feitas por MS. Logo em seguida, os produtos industriais respondem por 64% de todas as exportações do Estado.
No entanto, devido a variação do dólar a R$ 3,60, no mercado internacional, o fator acaba sendo positivo para quem exporta. O que gera boas expectativas para o setor. "Mas para quem importa preocupa. Vamos ter um dólar oscilando forte no mundo", afirma Logen.
Emprego
"Quanto ao emprego não são indicadores positivos", revela o presidente. Para Longe, a redução na geração de emprego pode ser a atribuída a desconfiança do investidor no país em razão da instabilidade política. Outro ponto levantado pelo presidente foi em relação às reformas trabalhistas e da previdência - esta última parada em Brasília (DF). O fato delas serem discutidas gerou reflexos na economia brasileira.
"Mas o governo federal precisa voltar a discutir a previdência. As reformas [trabalhista e previdenciária] precisam avançar. O cenário precisa melhorar para a indústria precisa voltar a crescer", comentou.
Longen ainda lembrou que pretende abrir diálogo com o Governo do Estado para fomentar a indústria têxtil em Mato Grosso do Sul. "É a que mais contrata", afirma.
Redução de empresas
Quanto ao fechamento de empresas, mesmo com cenário positivo de 3%, em Mato Grosso do Sul 276 empresas fecharam as portas, o que representa o encerramento de 17.403 vagas entre os períodos de 2013 a 2017, sendo 81% da redução de postos de trabalhos no Estado.
A redução do número de empresas industriais com pelo menos um empregado ocorreu, principalmente, nos segmentos da indústria de construção, metalúrgica, produtos minerais não metálicos. O encerramento também foi influenciado pelo longo ciclo de investimentos não realizados pelas grandes empresas em Mato Grosso do Sul.
Somente em 2017, foram empregados formalmente 120.006 trabalhadores. Neste ano, apresentou melhora significativa em torno de 121.500 empregos formais. Os setores que mais cresceram no Estado foram os da celulose e do papel, com 36%, em 2017. Complexo frigorífico, com 31%, e açúcar e etanol, com 17%, todos com dados de 2017.
Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com os setores de: frigoríficos e produtos de carne; indústria sucroenergética; indústria de alimentos e bebidas; de papel e celulose; metalúrgica; construção; química, produtos veterinários e farmacêuticos; têxtil, confecção e vestuário; extrativa mineral e outras atividades industriais.