Além da paixão pela música popular brasileira, os cinco integrantes do Barra Choro têm outro ponto em comum: a juventude. Mesmo com a pouca idade, eles assumiram a missão de manter vivo o gênero musical urbano mais antigo do país, com interpretações dos clássicos e releituras próprias nas apresentações. A próxima acontece neste sábado (16) às 20h no bar Capim Guiné, na capital.
Há cerca de três meses no grupo, o integrante mais novo é o campo-grandense João Coelho, de 18 anos. Ele cursa o terceiro ano do Ensino Médio e começou a tocar pandeiro aos 12 anos influenciado pelo irmão mais velho. Coelho é fã das composições de Jacob do Bandolim e acredita que o Barra Choro leva outra proposta de música para os jovens. “Quando comecei a tocar Choro, principalmente no ambiente escolar não me encaixava, em Mato Grosso do Sul tem muito essa raiz do Sertanejo, você pode gostar de Sertanejo, mas tem que olhar outros gêneros musicais também”, explica.
O violonista Evair Silva, de 23 anos, também concorda com o colega. “Nosso grupo é jovem e um dos objetivos é cativar o público jovem, para ele poder conhecer essa cultura que está tão esquecida e renovar essa geração do Choro, queremos deixar um legado para vir mais pessoas”.
Natural de Ribas do Rio Pardo, a 97 quilômetros da capital, Silva cursa Música na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul em Campo Grande e todos os dias viaja para se dedicar aos estudos. “O que mais me encanta no choro é o improviso, a forma, as questões mais técnicas e as melodias mais belas, ele tem uma coisa que mexe com você, faz você querer dançar”, declara.
O Barra Choro foi formado em novembro de 2016 por Silva e o colega de curso e hoje de grupo, Lucas Rosa, de 23 anos. A ideia foi “fugir” do erudito da academia para tocar a música popular. Também fazem parte os músicos sul-mato-grossenses Gilberto Rodrigues, de 25 anos, e Rhuan Enciso, de 27 anos.
Para manter viva a tradição do Choro, eles interpretam clássicos com um repertório que inclui Waldir de Azevedo, Zequinha de Abreu, Chiquinha Gonzaga e muitos outros. Cada apresentação é única, com o improviso característico do chorinho e a participação especial de convidados, os músicos “chorões” do estado.
O Barra Choro também acrescenta novos ingredientes ao chorinho. Tradicionalmente tocado com o violão, o bandolim, a flauta e o pandeiro, o grupo propõe uma diferente harmonização com o uso de instrumentos não tradicionais ao gênero, como o glockenspiel, o euphonium e o trombone de pisto.