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Cidades

28/11/2017 18:33

Violência contra mulheres será discutida na UEMS na quarta-feira

No ano de 2016, tramitaram nos Tribunais de Justiça do país, mais de 1 milhão de processos referentes à violência doméstica, sendo 13.500 processos de feminicídios

Nesta quarta-feira (29), a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) vai promover um debate com o tema “Viva as mulheres sem violência!”, que terá palestras da Desembargadora do TJMS, Maria Isabel Matos Rocha, a advogada representante da ABMCJ, Luciana Branco Vieira e o vereador André Salinero. O evento será das 19h às 21h, no auditório da Unidade de Campo Grande. O debate faz parte da campanha mundial “16 Dias de Ativismo”, pelo fim da violência contra as mulheres. As ações começaram neste sábado (25) e terminam no dia 10 de dezembro.

Na UEMS, a ação é coordenada através de um projeto de extensão desenvolvido pelos professores Lucio Flavio Sunakozawa e Marinete Zacharias Rodrigues. Para o professor Lucio Flávio, a Universidade é um espaço de produção de conhecimento, mas, sobretudo, tem a responsabilidade social de promover eventos e campanhas que ajudem na conscientização do fim da violência contra as mulheres. “Infelizmente, os números são alarmantes de violência física e psicológica contra as mulheres. A UEMS compreendeu a urgência e a necessidade de mobilizarmos os nossos professores, alunos e técnicos, juntamente com a sociedade sul-mato-grossense, pois não se admite a omissão e insensibilidade social para com as mulheres que, diariamente, sofrem essas agressões desumanas e cruéis”, comentou o professor Lúcio Flávio.
16 dias de ativismo

De acordo a com Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, a campanha é uma mobilização mundial que ocorre em mais de 160 países, sendo realizada no Brasil desde 2003. Em Mato Grosso do Sul, a campanha tem como objetivo conscientizar a população sobre a necessidade de erradicar a violência contra a mulher e avaliar os avanços e retrocessos nas políticas públicas, as ações de enfrentamento à violência e a eficácia da Lei Maria da Penha.

Para o reitor da UEMS, Fábio Edir dos Santos Costa, a maior arma que pode ser usada para combater a violência doméstica é o empoderamento das mulheres. “Acreditamos que o melhor caminho para este empoderamento é levar às vítimas ou às potenciais vítimas informações que as tornem capazes de superar a violência, seja denunciando, conquista autonomia intelectual e financeira, que as permitam buscar outros destinos. Também sabemos da relevância que a educação tem na construção de uma nova cultura que envolva toda a sociedade no combate a esse tão cruel tipo de violência”, destacou o reitor.

Além da UEMS, a campanha 16 Dias de Ativismo conta com as seguintes parcerias: Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública, OAB/MS, UAB/MS, ABMCJ/MS, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, além de espaço na rádio FM Capital 95, na rádio e TV Educativa, sendo certo que no decorrer das ações outras parcerias surgirão.   

Números da violência

Os números da violência contra as mulheres impressionam: a cada 2 minutos, 5 mulheres são espancadas; a cada 11 minutos, 1 mulher é estuprada; a cada 2 horas, 1 mulher é morta por violência doméstica ou menosprezo por ser mulher. Recente pesquisa divulgada na mídia nacional colocou Mato Grosso do Sul no triste 1º lugar em registros de estupros, sendo as mulheres, especialmente crianças e adolescentes, as maiores vítimas.

No ano de 2016, tramitaram nos Tribunais de Justiça do país, mais de 1 milhão de processos referentes à violência doméstica, sendo 13.500 processos de feminicídios.

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