A prefeitura de Campo Grande, por meio das secretarias municipais de Governo e Relações Institucionais, Defesa dos Direitos Humanos e de Educação, lançou, nesta segunda-feira (20), o Programa “Direitos Humanos pela Valorização da Vida - Por uma Campo Grande Livre do Suicídio”.
O prefeito Marquinhos Trad (PSD) destacou que o programa objetiva o acesso às escolas, realizando palestras de sala em sala, tendo assim um contato mais próximo com os alunos e identificando sinais de depressão e outros sintomas de risco.
Para o pastor Marco Antônio de Moraes, que coordena o projeto, é importante acabar com o tabu de falar sobre o suicídio: "as palestras de prevenção ao suicídio ajudam e fazem circular o tema, quebra o tabu de não falar sobre isso. Mas ao mesmo tempo, fica muita informação para muitos alunos e a gente não consegue demandar com todos eles".
A partir disto foi criada uma equipe multidisciplinar: "que reúne vários profissionais. A partir de agora, vamos às escolas e iremos de sala em sala, ou seja, vamos trabalhar em uma sala em que o número é menor e identificar esses alunos. Queremos ganhar a confiança deles para, a partir daí, tratarmos com eles as suas necessidades”, explica.
Compõem a equipe um advogado ligado aos direitos violados, uma assistente social, uma pedagoga e uma psicóloga.
"A medida que identificarmos o que está levando este aluno a entrar em estado de tristeza, de profunda dor, se for questão de violência de direito, o advogado vai dizer o que precisa ser feito. Se de assistência social, ele falará com a assistente social que entrará em contato com a SAS. Nos casos mais graves, tanto a pedagoga quanto a psicóloga poderão encaminhar este aluno para tratamento. Primeiro encaminhando o caso junto a diretoria da escola e depois juntos os pais. A partir daí, vai ser indicado um profissional podendo ser psicólogo ou psiquiatra".
A Semed vai identificar as escolas que precisam ser atendidas primeiro e a coordenadoria vai indicar qual sala será prioridade. "E se existe algum caso, esses casos serão prioridades", disse o coordenador.
Para a superintendente de Gestão de Normas da Semed, Alelis Isabel Gomes, a medida é pioneira, deixando Campo Grande em primeiro lugar. "A Semed criou esse projeto para evitar o suicídio devido a diversos casos nas escolas em virtude da depressão, automutilação. As famílias não observam o problema que ocorrem dentro de sala e os professores, percebendo esses sinais, podem indicar para os profissionais".
Por fim, o prefeito Marquinhos Trad disse que o suicídio é "ato final de uma pessoa que passa por algum problema, que pode ser por inúmeros fatores: sentimental, conjugal, financeiro, doença... Pessoas estáveis economicamente e com sucesso e chegaram a dar cabo de sua vida. Esse número cresce e é preocupante, os problemas aparecem na vida da gente".
No caso das crianças e adolescente, o bullying dentro ou fora de casa pode ser um dos principais motivos para o suicídio. "Mas perda de um familiar, ou até mesmo a separação dos pais também podem refletir no comportamento deles", finaliza Marco Antônio.
As escolas atendidas serão a Isauro Bento Nogueira, no distrito de Anhanduí; Maestro João Corrêa Ribeiro, no Campo Novo e Major Aviador Y-Juca Pirama de Almeida, localizada na Vila da Base Aérea em Campo Grande.