Um dia após a apresentação de projeto que reforma os termos da previdência social dos servidores de Mato Grosso do Sul, sindicatos que representam estes trabalhadores se mobilizam contra a aprovação do texto. Segundo os servidores, o diálogo caminha para que, se não houver mudanças em pontos considerados críticos, serviços fundamentais devem paralisar completamente em novembro.
A declaração é do presidente do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Giancarlo Miranda. “Estamos em mobilização permanente na Assembleia Legislativa, aguardamos diálogo na próxima semana, mas ninguém desconsidera a greve geral. As categorias todas já estão acionadas e decisões serão tomadas conforme o andamento das reuniões com os deputados e governo”, afirma.
O ponto central de descontentamento dos servidores é a falta de representatividade que tiveram durante a elaboração das novas condições. A mais problemática delas é o aumento de 11 para 14% da alíquota de contribuição dos trabalhadores, que impacta significativamente nos salários.
“Outro ponto é a questão da junção dos planos beneficiários, isso é até ilegal. Muito difícil achar entidade que concorde com uma medida dessas, sem conversa, com um governo de via única, antidemocrático. Nós sabemos da crise, do déficit, podíamos ter construído projeto juntos e achar alternativas, mas preferiram transformar a Ageprev (Agência de Previdência Social de Mato Grosso do Sul) em uma ‘caixa preta’”, finaliza o sindicalista.
Segundo Jorge Martins, diretor-presidente da Ageprev, o Estado abriga 27.831 servidores inativos, que causam uma despeza mensal de R$ 216 milhões. Hoje, o déficit da previdência em Mato Grosso do Sul chega a R$ 1,2 bilhão, o servidor ativo contribui com 11% e o patronal com 22%.
O presidente da Assembleia, deputado estadual Junior Mochi (PMDB), disse que a proposta será discutida com as categorias dos servidores na próxima semana. Ainda segundo o presidente, a Casa tem um prazo de 15 a 20 dias para aprovar ou recusar o projeto da reforma.