Nos cinco primeiros dias de agosto deste ano houve 1.363 queimadas no Pantanal, conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é 11,9% maior que todos os 1.218 registros do tipo que foram acumulados nos 31 dias de julho.
A média diária de queimadas está em 272,6. Se ela persistir, agosto pode encerrar com 8.450 focos de calor. Os números mais recentes representam uma nova virada no histórico de fogo no Pantanal neste ano.
Naturalmente, a tendência a partir de julho e o número escalar. Neste ano, o aumento do fogo começou mais cedo. De maio para junho, as ocorrências do tipo dispararam. Os números foram 246 de para 2.639.
Em julho, um grande esforço coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) fez com que houvesse redução quase pela metade. Julho fechou com as 1.218 queimadas ante as 2,6 mil de maio.
Veja os dados:
Queimadas no Pantanal mês a mês
Mas a curva se inverteu novamente. Só no último domingo (4/8), houve 420 registros de fogo no Pantanal. O cenário atual é de favorecimento para a ocorrência do fogo. O tempo está mais seco e quente no Centro do país.
Nesta terça-feira (6/8), por exemplo, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de baixa umidade com grau de perigo entre 13h e 16h. A umidade poderia ficar de 20% a 12%. “Risco de incêndios florestais e à saúde. Ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz”, observa o instituto. A área alcançada se refere a partes de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins.
Uma área maior, alcançando também partes das regiões Norte, Nordeste e Sudeste, é abrangida por outro alerta de baixa umidade, só que neste caso, de menor intensidade, com índices variando de 30% a 20%. Para a saúde humana, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o indicador precisa ficar próximo dos 60%.
O município de Corumbá (MS) responde por cerca de 70% da área queimada no Pantanal neste ano. A estação meteorológica do Inmet mais próxima está situada em Nhumirim (MS), distante 30 km de Corumbá. Os dados registrados nesta tarde apontam que a temperatura máxima chegou a 35,4°C e a umidade relativa do ar teve mínima de 17%.
Combate
O último boletim referente ao combate às queimadas no Pantanal, divulgado nesta terça, contabiliza 980 profissionais em ação com 19 aeronaves e 37 embarcações em operação. O Pantanal enfrenta a pior seca em 70 anos, conforme a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRJ).
No acumulado do ano, o Pantanal é o bioma que apresenta o maior crescimento proporcional nas queimadas: 1.893%. De 1º de janeiro até a segunda-feira (5/8) de 2023 foram 307 registros. No mesmo período deste ano já são 6.119 ocorrências.