Pais de alunos da Escola Municipal Ada Moreira de Barros, no distrito de Cipolândia, em Aquidauana, criticam mudanças no horário de início das aulas na unidade. A alteração faz com que crianças, que dependem de transporte escolar, não cheguem a tempo para o almoço em casa. Já a secretaria de Educação alega risco aos alunos, inclusive de ataque de onças.
Segundo uma mãe, que preferiu não se identificar, antes, as crianças da pré-escola, muitas moradoras de fazendas, pegavam o transporte escolar às 5h15, entravam na aula às 7h e saíam às 10h45. Assim, diz a denúncia, pegavam o ônibus de volta e conseguiam chegar em casa para o almoço.
''Mas o horário mudou. Agora, elas entram às 8h, saem às 12h15 para depois pegarem o ônibus. Algumas delas chegam em casa só às 15h'', lamenta a moradora.
A secretária de Educação de Aquidauana, Ivone Nemer, reconhece as mudanças mas diz que elas foram acordadas com professores que moram no distrito e com os pais. A alteração foi necessária por questões de seguranças dos próprios alunos.
''...porque não queríamos que as crianças acordassem cedo e ficassem nas estradas, no escuro, devido a perigo com animais, inclusive com onças naquela região. Crianças corriam risco, porque era muito cedo'', justifica a dirigente.
Secretária justifica mudanças no horário das aulas em Cipolândia. (Foto: Assessoria Câmara)
A secretária Nemer explica que as mudanças nada têm a ver com questões financeiras. Ela também ponderou que os alunos entram às 8h e por volta de 10h30 - a depender da turma - recebem almoço e são liberadas às 12h15, para então pegarem o ônibus de volta.
A dirigente citou outra escola no Pantanal onde as aulas também começam às 8h e que a legislação da Educação no Campo diz que o horário das aulas tem de ser uma opção da escola para atender a comunidade.
Problemas 2
Outra denúncia dos pais se refere a um flagrante de alunos mascando fumo - que no linguajar pantaneiro significa 'naquear'. Para os moradores, a questão teria sido abafada pela direção da escola.
Funcionária da escola e uma mãe dizem que uma das alunas - adolescente - recebeu o fumo de outro aluno e foi pega. O caso não teria sido reportado para os pais e depois houve denúncias de outros jovens tomando bebida alcoólica junto com refrigerante.
A aluna em questão teria sido chamada para conversar pela coordenadora da unidade, bem na hora que o ônibus que a levaria de volta para a casa passava. A estudante teria ficado na escola e - depois de muitos contratempos, conseguido ir pra casa.
Não é bem assim
Ainda de acordo com Ivone Nemer, os alunos envolvidos no problema não pertencem à escola Ada Moreira e sim à Escola Estadual Geraldo Afonso Garcia, que usa as dependências da unidade como uma extensão em Cipolândia para o ensino médio.
''Vou repassar isso para a direção da escola estadual, que ela tem de estar lá periodicamente fazendo o monitoramento, as visitas, nessa sala de aula'', explica Ivone.
Questionada sobre de quem seria a responsabilidade pelos alunos do ensino médio, Nemer detalhou que o diretor da escola Ada Moreira, Wilson Luís dos Santos, mora em Cipolândia e pode ser acionado, mas que a escola estadual disponibiliza um dos professores para cuidar dessas questões junto aos alunos.