Acompanhantes de pacientes e usuários do sistema de saúde do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul procuraram a reportagem para denunciar a falta de manutenção das dependências do local, além da falta de alimentação para quem está internado. Em fotos enviadas à redação é possível ver barras de segurança dos banheiros enferrujadas, caixas de descargas sem tampa e o forro do teto dos quartos de internação caindo, com buracos abertos, deixando a sujeira exposta. Além disso, há a reclamação de que a alimentação está sendo servida com menos que o básico.
“Quem está aqui é porque precisa muito, mas não dá para ver certas coisas e ficar quieto. Só andar pelo hospital para constatar o abandono do local, tem vez que cai umas peças do teto, esses forros, que são leves, mas não é normal”, conta o acompanhante de um paciente que enviou as fotos.
Outro ponto lembrado é pela contaminação. “O ambiente hospitalar deveria ser limpo não? Mas como vai ser limpo com esses riscos? Tudo enferrujado, tudo aberto, não tem manutenção e quando conversamos com o pessoal da enfermagem, que não pode fazer nada, vem a manutenção e não adianta. É uma pena porque quem fica exposto é quem já está com a saúde frágil”, conta outra acompanhante, que está com a mãe internada.
Foto: Repórter Top
Local nunca recebeu investimentos para reformas
O diretor clínico do hospital, Justiniano Barbosa Vavas, reconhece que o local tem problemas estruturais, mas alega que não há grandes investimentos estruturais no prédio desde que foi inaugurado. “Um hospital de quase vinte anos, que nunca teve grandes reformas estruturais, é igual uma casa. Mas estamos viabilizando recursos, nem na casa de quem reclama, se ficar dez anos sem fazer reforma, também fica, então sabemos que precisa de reparos", assume.
Ele também reclama que as pessoas denunciam o que está errado, porém não exaltam quando há boas práticas. “Algumas mudanças já estão acontecendo, mas as coisas que estamos fazendo as pessoas não mandam. Um hospital de mais de 400 leitos, [é claro] que não conseguimos fazer mudanças do dia para a noite. São muito mais coisas, que não foram feitas nos últimos vinte anos, vai de válvula de descarga a ralo de banheiro. Temos uma equipe de manutenção concursada para isso, mas infelizmente o reparo não ocorre na velocidade que as pessoas querem. No entanto, não vemos maiores problemas e estamos buscando sanar os problemas”.
Para a direção, até a mudança da diretoria administrativa pode auxiliar “politicamente”. “Mudamos a diretoria que, inclusive, vai ter mais agilidade para buscar isso e vamos concentrar um pouco mais os investimentos em infraestrutura e não é algo fácil”, disse ele sobre a nomeação do ex-candidato a vereador tucano Josceli Pereira, que é agente tributário estadual e foi nomeado para assumir a direção administrativa do Hospital.