O Ministério Público Federal informou que analisa as informações dadas pelo ex-servidor da Justiça Federal, Jedeão Oliveira, 49 anos, que aponta Odilon de Oliveira como autor de crimes graves, entre eles o de vender sentenças e fazer escutas ilegais quando comandou a 3ª Vara da Justiça Federal em MS. No entanto, a instituição não fechou acordo de colaboração premiada por falta de provas do acusador.
Conforme informado pelo MPF, com exclusividade ao TopMídiaNews, o advogado de Jedeão de Oliveira procurou o Ministério Público, em julho de 2017, na intenção de firmar um acordo de delação premiada. O ex-servidor, que atuava na diretoria da 3ª Vara Federal, foi exonerado em junho de 2016.
No entanto, segue o MPF, após análise das informações apresentadas pela defesa de Jedeão, não havia elementos mínimos para fechar a colaboração, que traria benefícios ao acusador, já que ele é réu na Justiça Federal por crimes como falsidade ideológica e crimes contra a fé pública. O processo dele está em segredo de justiça.
O MPF teria orientado a defesa de Jedeão a procurar a instituição caso o réu tivesse novos elementos a serem analisados. ''Mas até agora isso não ocorreu', diz nota do MPF.
Agora, o Ministério Público Federal analisa a viabilidade de abrir investigação sobre o caso envolvendo Odilon de Oliveira na época em que era titular da 3º Vara Federal.
Jedeão acusa Odilon de ser o 'juiz do crime'. (Foto: Divulgação - TopMídiaNews)
Denúncias
Conforme documento registrado em cartório de Bauru (SP), Jedeão, que foi braço direito do juiz por 22 anos, o acusa de inventar bens apreendidos e manipular autorização para fazer escutas ilegais na vara.
Jedeão disse que algumas ameaças ao juiz aposentado eram super dimensionadas, a fim de chamar a atenção da mídia e criar a figura de um super-herói. No entanto, garante que outras intimidações eram reais.
Outra grave acusação, conforme denúncia registrada por Jedeão, é de que Odilon vendia sentenças judiciais. No primeiro caso que registrou, ocorreu em uma operação para combater crimes contra o sistema financeiro. Várias casas de câmbio tiveram documentação e dinheiro apreendidos.
No entanto, uma delas era de um amigo do filho de Odilon, que pediu e teria conseguido restituir os valores ao amigo.
Odilon de Oliveira, em nota, rebateu todas as acusações e garante que Jedeão o acusa por ter sido exonerado da Justiça Federal, acusado de corrupção, e por questões eleitorais, já que é candidato ao governo do estado pelo PDT.
Ainda de acordo com nota, divulgada no site do PDT-MS, ''a palavra do juiz Odilon não será medida na mesma balança em que se medem as palavras de pessoas que têm contas a prestar à sociedade e são devedoras da lei''.