O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, sugeriu, à revista Crusoé, que o presidente Jair Bolsonaro deixou de vetar dois pontos da lei anticrime para proteger o filho Flávio, investigado no Rio de Janeiro.
Segundo o Jornal Nacional desta sexta-feira (29), Moro disse à revista que, no projeto aprovado pelo Congresso, ''houve restrições à decretação de prisão preventiva e também restrições a acordos de colaboração premiada''.
O ex-juiz detalhou que propôs os vetos e que "chamou muita atenção dele o presidente não ter acolhido essas propostas", levando-se "em conta o discurso dele tão incisivo contra a corrupção e a impunidade".
Esse fato teria ocorrido, segundo Moro, em dezembro de 2019, mesmo mês que foram feitas buscas relacionadas ao caso de Flávio Bolsonaro.
Naquele mês, a loja de chocolates do senador Flávio Bolsonaro, em um shopping do Rio, foi alvo de busca e apreensão na investigação sobre movimentações financeiras suspeitas de ex-assessores dele, como Fabrício Queiroz.
A revista perguntou a Moro se ele entende que Bolsonaro vetou porque precisava proteger o filho. O ex-ministro disse que "chamou atenção dele porque é incoerente com o discurso.