Entre janeiro e abril deste ano 422 casos de abuso sexual de bebês e crianças até três anos foram registrados no Brasil. No ano passado, 23 recém-nascidos foram abusados, além de outras 1.332 crianças com até três anos. Os dados são do disque 100 e servem como alerta.
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves comentou sobre os casos durante visita a Campo Grande nesta sexta-feira (28) e disse ser um motivo de preocupação para o Ministério. “O estupro de bebê é uma realidade, não é apenas crianças de dois anos. Estamos encontrando casos de crianças de dias”, lamentou.
Ela disse que o Ministério está acompanhando um caso de um bebê de 22 dias vítima de abuso e outra ocorrência em Curitiba de um bebê de 8 dias. Para ela, uma das maiores dificuldades em lidar com este tipo de caso é falta de “sinais” em que é possível identificar os abusos.
“A criança de cinco anos emite um sinal. A de sete anos também emite, mas, e o bebê? O bebê está no colo da mãe, no colo dos pais. Infelizmente os abusadores de bebês no Brasil são os pais”. Relatórios das polícias, conselhos tutelares e outros órgãos de defesa dos Direitos Humanos confirmam a informação da ministra.
Para se ter ideia, do início do ano até agora, foram feitas 4.736 denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes em todo o país. Deste total, 119 só em Mato Grosso do Sul. Pais e padrastos foram suspeitos em 832 e 866 casos no Brasil, respectivamente.
Mães e madrastas, somadas, em outros 895. A lista inclui ainda avôs, tios, professores, líderes religiosos e amigos. O que surpreende é que quando se trata de desconhecidos, os casos diminuem.
“Nós vamos ter que fazer um enfrentamento. Do jeito que está a violência sexual contra crianças no Brasil não pode ficar”, finalizou a ministra.