O prefeito Marquinhos Trad (PSD) disse, nesta terça-feira (24), que abriu sindicância para apurar a morte do bebê Arthur Miguel Gondim Sousa, de dois meses. Ele morreu no fim da tarde desta segunda-feira (23), na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, em Campo Grande.
No entanto, Marquinhos disse que é preciso ter cautela quanto ao assunto. "É um caso que lamento e temos que apurar, mas com cautela para não expor médicos e enfermeiros até para não contradizer os pais. É preciso ter cautela e prudência. Mas também é dever da administração pública em dar uma resposta aos pais", disse.
Ao ser questionado sobre a superlotação nos postos de saúde, o prefeito afirmou que este fenômeno significa que a saúde está funcionado em Campo Grande. "Isto mostra que a saúde está funcionando. Devido a crise, muitas pessoas também deixaram o atendimento privado e procuraram o atendimento público".
Quanto a falta de vagas na rede hoteleira hospitalar, Marquinhos afirma que o problema não é apenas do Município e do Governo do Estado, mas também um problema da União. O prefeito ainda lembrou que o Hospital do Trauma foi entregue, mas que não está em funcionamento por questões burocráticas. "O Hospital do Trauma desafogaria questões de leitos", afirmou.
Ao falar sobre Campo Grande, o prefeito ainda disparou: "devido a falta de vaga, é melhor ficar na UPA onde tem medicamentos e médicos do que ficar em casa", finaliza.
O caso
O bebê Arthur Miguel Gondim Sousa, de dois meses, morreu no fim da tarde desta segunda-feira (23), na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, em Campo Grande. Ele foi internado com suspeita de gripe, mas não resistiu e morreu.
Arthur começou a passar mal com problemas respiratórios no sábado (21) e foi internado ontem no posto de saúde. Os médicos notaram a piora do padrão respiratório da criança às 16h, quando houve queda de saturação com PCR (proteína C reativa). Na sequência, Arthur teve uma parada cardiorrespiratória, quando os profissionais iniciaram processo de reanimação com massagem cardíaca e ventilação durante 50 minutos. Às 16h50, o menino foi a óbito.
Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que “os familiares da criança relataram a equipe médica que fez o atendimento, que a mesma já apresentava sintomas há 4 dias, mas somente na segunda-feira (23) é que buscaram atendimento. Também não consta no histórico do prontuário do paciente nenhum outro atendimento em unidade básica de saúde de acompanhamento após o nascimento ou ainda administração de vacinas”.
Além disso, segundo a Sesau, “no primeiro atendimento na UPA Coronel Antonino, nessa segunda-feira (23), foram realizamos exames para verificar o estado de saúde e o paciente recebeu medicação, permaneceu em observação na unidade, onde a assistência médica necessária foi oferecida conforme os registros no prontuário, além de monitorado periódico”.
Para a prefeitura, não houve nenhum tipo de erro no atendimento. “Não houve negligência ou demora no atendimento da criança. Após a parada cardiorrespiratória foram realizados os procedimentos de reanimação por 50 minutos, porém sem sucesso. Foi coletado material biológico para verificar as causas da morte do paciente. A Sesau aguarda resultado para proceder com a investigação”, finaliza o município.
O caso foi registrado como morte natural na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.