A diretora da Escola Municipal João Carlos Pinheiro Marques, em Ponta Porã, Tania Maria Loreiro da Silva, teve de desafiar o rígido sistema de isolamento social imposto pelo Paraguai, em razão do novo coronavírus, para não deixar os alunos que moram no país vizinho sem conteúdo. Ao final da matéria confira o vídeo da entrega dessas atividades. 

Assim que as aulas foram suspensas, Tânia percebeu que muitos alunos moram em localidades com difícil acesso à internet e por isso produzia conteúdo físico para eles estudarem em casa. 

Escola em Ponta Porã tem alunos que moram no Paraguai. (Foto: Repórter Top)

No entanto, segue Tânia, cerca de 40% das 900 crianças moram do outro lado da fronteira, fechada com arame farpado e com valas. Tudo sob a vigilância de policiais de fronteira. O jeito foi entregar o conteúdo pessoalmente às mães, do outro lado da divisa e por cima dos obstáculos. Ela garante ter pedido e recebido autorização dos militares. 

''Entrei em contato com as famílias pelo telefone, nem sabia o nome dos alunos, aí eu imprimi e entreguei as atividades para as mães. Faço isso às quintas-feiras e aproveito para pegar a devolutiva'', detalhou Tânia. Apesar de algumas delas não usarem máscaras na ocasião da entrega, mães e diretora mantinham distância mínima recomendada por profissionais da saúde, a fim de se proteger do novo coronavírus. 

''Como eu ia deixar eles sendo prejudicados? Porque os demais podem vir à escola pegar as atividades...e eles não. Afinal de contas, são meus alunos, são brasileiros, moram lá e não podem passar pra cá'', acrescentou a docente.