O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) permanece irredutível e reafirmou, na manhã desta sexta-feira (17), que vai cortar o ponto dos professores da rede pública estadual que aderiram à greve nacional contra a reforma da Previdência. Ele afirma que a “pauta é legítima”, mas não pode prejudicar a educação em Mato Grosso do Sul.
Reinaldo ainda garantiu que está tranquilo com a possibilidade de não haver reposição das aulas descontadas dos profissionais. Segundo ele, o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botareli, está enganado quando afirma que a categoria não vai cumprir o calendário escolar de 200 dias letivos.
“Não vou permitir que os alunos sejam prejudicados. A Fetems sabe que não tem como deixar de cumprir os 200 dias”, declarou durante coletiva de imprensa para anunciar o novo secretariado, que incluiu a exoneração de seu braço direito na articulação do governo, o ex-chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula.
Reforma da Previdência
Apesar das ameaças de retaliação, o movimento contra a reforma da previdência continua firme, com acampamentos em frente à casa do deputado federal Carlos Marun (PMDB) e recepção de parlamentares no aeroporto de Campo Grande. Os trabalhadores lutam para que a proposta do presidente Michel Temer (PMDB) seja barrada no Congresso Nacional.
Entre as mudanças, a reforma prevê que os trabalhadores só poderão receber a aposentadoria integral após os 65 anos de idade e 49 anos de contribuição. Em outros estados, o governo ingressou na Justiça para interromper a greve dos professores, que teve apoio também de motoristas de ônibus, agentes penitenciários e outras categorias.
Na quarta-feira (15), o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná considerou legal a greve realizada em Curitiba, negando liminar da Associação Comercial do Paraná. No município e região metropolitana, houve paralisação de 12 mil motoristas e cobradores, 75 mil educadores, policiais civis, servidores da saúde, professores e servidores públicos municipais.