O governador de Mato Grosso do Sul Reinaldo Azambuja (PSDB), declarou na tarde desta quinta-feira (24), que o governo federal está tentando jogar para os estados a culpa da paralisação dos caminhoneiros, que ocorre desde o início da semana a nível nacional e já causa reflexos em todos os setores.

Segundo Azambuja, o que está ocorrendo é um jogo de 'empurra'. ''O governo federal quer empurrar para os estados o problema. Eu acho que todos ali que estão sentando à mesa devem buscar uma solução colegiada, que possa distensionar o problema da greve e voltar o Brasil a funcionar com normalidade''.

Conforme o governador, está fora de cogitação reduzir a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) sobre o diesel, que hoje é de 17%. 

''Já fizemos isso em acordo com o setor produtivo de distruição de petróleo. Baixamos de 17% para 12% para eles aumentarem o consumo, mas na época não aumentou, tanto que a alíquota voltou. Mas estamos dialogando com o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes), buscando alternativas, e a lei do ICMS ela tem a questão da anualidade para qualquer mudança. Essa equação deve ser resolvida a nível federal''.

De acordo com Sérgio Longen, presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), a greve já atingiu 80% das industrias do Estado. Até amanhã, o presidente acredita que 100% das industrias sejam atingidas pela paralisação dos caminhoneiros.

''A greve é legítima, mas não pode comprometer o direito de ir e vir. Já temos vários reflexos no Estado, vários segmentos importantes estão comprometidos, por exemplo o produtor de leite, que tira e acaba tendo que jogar fora. Está sendo difícil, é uma greve que o país jamais enfrentou", disse.