Evandro Luiz Pereira, 63 anos, denuncia a falta de duplicação de trecho da BR-163, na região de Sonora, próximo a divisa com o estado de Mato Grosso. Ele gravou a situação da pista e conclui que, se houvesse a reforma da via, cantor sertanejo amigo dele não teria morrido em acidente dia em 24 de março deste ano.
Pereira conta que, em direção ao norte, na região do Rio Correntes, todo o trecho a partir do estado vizinho é duplicado.
''Lá eles pagam R$ 4,40 e tem 125 km duplicados'', avaliou o denunciante. Segundo ele, dentro de Mato Grosso do Sul, na mesma distância - 125 km - se paga um valor quase três vezes maior de pedágio.
''Não precisa nem andar quilômetros, você só anda metros em pista duplicada'', desabafa o servidor público estadual.
Evandro gravou um vídeo e publicou nas redes sociais. Na ocasião, estava revoltado com a morte do cantor sertanejo Luiz Henrique Menezes de Macedo, que bateu a moto que pilotava de frente com um caminhão.
''Se tivesse duplicado, ele não teria morrido. Provavelmente foi fazer uma ultrapassagem'', lamentou o servidor. Ele também se recorda de um acidente envolvendo um médico de Pedro Gomes, que atuava em Sonora. Ele foi fazer uma ultrapassagem e matou um motoqueiro.
Luiz Henrique morreu durante ultrapassagem na BR-163. (Foto: Reprodução redes sociais)
Conforme o denunciante, a CCR MSVia, que administra a rodovia federal, parou os investimentos na duplicação.
''Não sou contra ter dado mais prazo a eles, mas pelo menos eles deveriam ir fazendo aos poucos, 10 ou 20 quilômetros, mas não estão fazendo nada''.
Evandro se refere ao pedido de prorrogação feito pela concessionária do prazo que deveria concluir a duplicação de cerca de 800 km da 163. A empresa alegou prejuízos e pediu revisão de contrato, que foi aceito pelo governo federal.
Na visão de Evandro, as obras na pista são somente um ''ensaio'' e os constantes ''Pare e Siga'' feitos pela concessionária causam riscos de acidente.
Até o momento, a empresa só duplicou 138,5 km dos cerca de 780 km da BR-163 a serem duplicados.
Entramos em contato com a CCR MSVia para comentar as denúncias, mas não houve resposta até o momento.