A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves esteve em Campo Grande e conversou, com emoção, com os conselheiros sobre os abusos sexuais sofridos por ela durante a infância. “Não tive a honra de ser mãe biológica por causa do agressor”, lamentou.
O relato da ministra emocionou alguns profissionais presentes no local. Ela contou que ainda carrega algumas lembranças da dor, dos ferimentos e da culpa carregada por tanto tempo após os abusos iniciados quando ela tinha 6 anos.
Quem violentou Damares foi um pastor evangélico, amigo da família e que ela amava muito antes do estupro. “Se tivesse sido orientada, acho que tinha gritado, tinha me livrado dele”.
Em conversa com os conselheiros, a ministra alertou sobre os sinais “enviados” por ela e ignorados tanto pelos pais quanto por outros conhecidos. Dentre eles, até a mudança do banco em que sentava na igreja. “Se tivesse conselho tutelar naquela época talvez meus pais também tivessem percebido”.
Damares disse ainda ser uma “sobrevivente a dor, ao holocausto” do estupro e lembrou do episódio sobrenatural em que tentou cometer suicídio subindo em uma goiabeira, mas, viu a imagem de Jesus e desistiu. “Tem gente que vê duende, que vê fada. Eu vi Jesus, respeitem minha fé”, finalizou.