Vigilantes da empresa Disp Segurança e Vigilância, que prestam serviços para o Detran-MS, ameaçam parar os trabalhos em todo o Estado. Eles alegam dois meses de salários atrasados e benefícios. Sindicato que representa os profissionais em Dourados fala em atraso no repasse do governo.
Conforme denúncia enviada ao TopMídiaNews, os salários de fevereiro e de março ainda não foram pagos pela prestadora de serviços. Há ainda débito em relação a uma parcela do 13º salário, depósito do FGTS e INSS. Outro problema seria em relação às férias de alguns funcionários, que em alguns casos chega a 5 anos.
Em contato com sindicato que representa os trabalhadores em Dourados, Ponta Porã e mais cinco cidades do sul do estado, fomos informados pelo presidente Antônio Goes Ferreira, 48 anos, que a razão do atraso no pagamento seria de responsabilidade do Detran.
Goes acrescentou que há oito meses os funcionários não recebem o tíquete alimentação.
''O último repasse do Detran para pagar os 57 profissionais que atuam na área do nosso sindicato foi dia 28 de fevereiro. Eles só receberam dia 4 de março. Isso, referente ao salário de janeiro'', observou o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança e Vigilância de Dourados, Seesvda.
O dirigente conta que já teria questionado o Detran e teria tido a resposta de que na licitação está previsto atraso de até 90 dias no repasse.
''Sempre que o Detran repassa dinheiro aparece no Portal da Transferência. E não apareceu nada'', acrescenta.
Entramos em contato com a Disp Segurança e Vigilância, que tem sede na avenida Mato Grosso, em Campo Grande. No entanto, ao fazer o questionamento, um homem que não se identificou disse que a empresa ''não comenta esse assunto'' e, em seguida, desligou o telefone.
Apesar de atribuir o atraso ao governo do Estado, Antônio Goes disse que a empresa tem sérios problemas na região onde atua.
''Os pagamentos de direitos trabalhistas só são feitos depois de acionar a Justiça'', criticou.
Greve
Antônio, que destaca que há cerca de 100 vigilantes prestadores de serviço ao Detran em MS, alertou aos profissionais que não façam greve no momento.
''Essa atitude pode incorrer em falta grave e pode servir para a empresa fazer o que ela quer, que é prejudicar os funcionários'', advertiu o sindicalista.
Goes aponta que o caminho correto é marcar assembleia, agendada para o dia 10 de abril, e convocar os profissionais a votarem uma possível paralisação.
''Mas se os funcionários pararem por conta própria será um ato de desespero, porque estão passando necessidade'', ponderou o sindicalista.
A assessoria de imprensa do Detran-MS informou que quem faz o pagamento da empresa é a Secretaria da Fazenda e que ao órgão de trânsito compete somente a PD (programação de desembolso), que segundo informado, está no sistema desde 12/03 referente ao mês de fevereiro deste ano, com valor de R$ 475.057,93.
Sobre a questão de férias, 13º salário a responsabilidade é da empresa Disp.