Candidata a uma das vagas no concurso da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul foi beneficiada pelo programa de cotas raciais, apesar de ser aparentemente branca. A denúncia foi feita por internautas que se revoltaram e questionaram o método de seleção para a reserva de vagas.
A postulante ao cargo militar ganhou parecer favorável na mais recente lista de aprovados no concurso, divulgada no Diário Oficial do Estado, no dia 24 deste mês. O documento traz os nomes de todos os candidatos que seguem para as próximas etapas do certame.
As fotos da mulher, que terá o nome preservado, foram divulgadas na internet. As imagens mostram uma jovem de pele extremamente branca, o suficiente para abrir a discussão entre o que é ou não ser negro, além da legitimidade da escolha.
Candidata ganhou parecer favorável como cotista. (Foto: Reprodução Diário Oficial)
A Secretaria de Administração e Desburocratização, que é quem promove o concurso, informou que a candidata se autodeclarou negra. Por isso, ela passou pelo exame de uma comissão formada por três membros de movimentos negros, indicados pela sociedade civil e dois servidores públicos. Essa entrevista ocorreu no dia 21 deste mês, diz a SAD.
Ainda de acordo com a secretaria, os traços avaliados pelos examinadores são: ''cor da pele (melanoderma, feoderma ou leucoderma), nariz (curto, largo e chato), lábios grossos, dentes muito alvos e oblíquos, mucosas roxas, cabelos (crespos ou encarapixados), dentre outras características''. Essas características, segundo as normas, não são analisadas de forma isolada, mas sim por todo um conjunto, ''que forma o convencimento da Comissão''.
Conforme o edital do concurso, os cotistas negros concorrerão a 68 vagas destinadas ao sexo masculino e nove ao sexo feminino.
Tentamos contato com a concurseira, mas ela desativou todos os perfis em redes sociais. A princípio, a participante segue na disputa para ser policial.