Com o objetivo de diminuir as desigualdades e promover mais respeito, a Parada da Cidadania e Show da Diversidade LGBT de Campo Grande é um evento aguardado e esperado todos os anos para quem enfrenta o preconceito diariamente.

Neste ano, será realizada a 18° edição do evento, no entanto, ainda não há previsão de quando isso deve acontecer, já que a dificuldade permanece: o apoio.

 De acordo com Cris Stefanny, coordenadora municipal de políticas públicas para LGBTs, “todo ano é uma briga com os órgãos para apoiar a parada”. Ela comenta que a realização do evento e pedido sempre foi em busca de apoio e nunca atrás de dinheiro.

“Geralmente a prefeitura dá o apoio logístico: (banheiros químicos, liberações dos espaços e uso, apoio da guarda, som, iluminação, palco, águas, tendas etc.). Cabendo ao estado o apoio com outros insumos, tais como: (artísticas, seguranças, apoio da PM, trios elétricos, spot de rádio e VTs para  TV). Nunca fizemos questão de que fosse dinheiro, sempre pedimos através de ofício estes apoios, insumos e logística para o evento”, reforça.

Cris acredita que o evento aconteça na segunda quinzena de setembro, sendo que os pedidos já foram protocolados via ofício e o projeto base está na Governadoria e na Fundação de Cultura. O tema deste ano é: Pessoas trans são mulheres sim, e LGBTfobia é crime!!

“Assim que tivermos as respostas que vamos ver quando será disponibilizado ou negado. Este ano, está no mesmo engodo, governo não atende o movimento. Nomeou alguém que não tem respaldo do movimento para sub LGBT, e que sequer tem jogo de cintura para implementação das ações e políticas LGBT no estado. Mesmo o fórum LGBT e os movimentos se pondo contra a nomeação", desabafa.

Outro questionamento feito por Cris é com relação ao valor da verba destinada ao evento, já que outros segmentos teriam o dobro do investimento. Ela defende e pede para que não haja redução dos recursos da parada, já que houve um aumento significativo no preço de tudo.

"Porém a nossa briga é que sempre querem nos deixar à margem. Para "Marcha para Jesus", eles gastam só com o cachê de André Valadão ou Rodovalho, todos os recursos que ofertam para parada, isso quando ofertam, quando há acordo. A verdade é que juntando cachê de R$ 90 mil para três ou quatro artistas gospel, mais passagens, mais hospedagens, mais mega estrutura, eles conseguiriam fazer umas cinco parada".

Evento

Há 17 anos, a ATMS (Associação de Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul) realiza a Parada da Cidadania. Em 2018, o tema foi: "Empoderamento LGBT: Nosso voto, nossa voz",  que buscou conscientizar a população pela necessidade de lutar por direitos humanos fundamentais e teve apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

Geralmente são oferecidos diversos atendimentos de ações sociais gratuitas.