Com déficit de funcionários e falta de insumos básicos para os pacientes, os servidores do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul devem entrar em greve na próxima terça-feira (10).
Na manhã desta quarta-feira (4), foi realizada a Assembleia Geral Estadual dos servidores do HR-MS e, por unanimidade, os servidores aprovaram o indicativo de greve para a próxima semana.
Os sindicalistas argumentam que, a partir de agora, o governo terá 72 horas para se manifestar para melhorar esta situação.
Conforme Ricardo Bueno, Presidente do SintssMS, o governo defende o modelo de Organização Social de cunho privado.
“Eles não levam em conta os serviços de alta complexidade que nós temos no HR-MS. Se você olhar o custeio do HR-MS, quando você fala em Mat-Med [materiais e medicamentos] é muito menor do que na terceirizada”.
Agora, a categoria espera um posicionamento na próxima terça-feira (10) para ver se deflagra ou não a greve.
Na possibilidade de votação pela greve, esta terá início imediatamente à decisão.
Denúncias
Após denúncia de que 1.140 pessoas morreram na unidade e abertura de inquérito no MPE (Ministério Público Estadual) para apurar a responsabilidade pelos óbitos, outros casos foram denunciados.
De acordo com um técnico de enfermagem que atua no Regional há três anos, que terá a identidade preservada, o déficit de funcionário persiste desde janeiro e os pacientes estão sendo prejudicados.
“São 12 pacientes para um técnico de enfermagem, às vezes ficam até dois dias sem banho. São 24 pacientes em uma ala só, vários funcionários estão pedindo exoneração, vai sobrecarregando”, destaca.
Conforme o técnico, outro ponto preocupante é a falta de medicamentos. “Maioria dos pacientes que entra no hospital precisa de medicamento, antibióticos, está com infecção grave e só fica no soro”.
Segundo o denunciante, nesta segunda-feira (2), três funcionários pediram exoneração e dois entraram com atestado.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) destacou que em outubro 207 profissionais foram contratados para o Hospital Regional.
Além disso, pontuou que a nova diretoria estuda um método de redimensionamento dos profissionais e também analisa a possibilidade de novas contratações.