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Campo Grande

08/01/2021 19:00

Entre amor e ódio: vendedores ambulantes devem ser permitidos dentro dos ônibus?

Projeto de lei em andamento no Senado quer garantir aos vendedores livre acesso ao transporte público no Brasil; você concorda?

Ambulantes em ônibus: o assunto é polêmico e envolve oportunidade de trabalho ao mesmo tempo que pode gerar incômodo aos usuários do transporte público. Na Capital, passageiros ficam divididos quando questionados se gostam ou não da atividade, mas a maioria tende a se incomodar.

O caso está em discussão, inclusive no Congresso Nacional. Em dezembro, um projeto de lei que garante aos vendedores ambulantes de doces e balas o acesso livre aos veículos dos sistemas de transporte público urbano foi apresentado no Senado e, se aprovado, pode valer para todo o Brasil. A autora da proposta (PL 5.381/2020) é a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES).

Obriga a segurar

A auxiliar pedagógica Daiane Natalia, de 30 anos, disse que apesar deles estarem trabalhando, não gosta da atividade no interior do ônibus. “Eles acham que a gente tem obrigação de comprar. Às vezes a gente fala ‘não obrigada’ e respondem ‘que não precisa comprar e que só segurar está bom, não vai custar nada’. Isso gera constrangimento para quem não quer comprar. Se você não tem dinheiro, não tem motivos para segurar. E outra, às vezes a gente está tão cansado e chega um atrás do outro. Cada terminal que passa é um ambulante diferente.”

Muitos vendedores

Uma diarista, de 43 anos, que não quis se identificar, também não gosta das vendas e diz que faltaria dinheiro para comprar de todos diariamente. “Olha, eu respeito o trabalho deles, mas a gente já tem um monte em todos os terminais da cidade. Eu praticamente passo por três terminais para chegar nas diárias, e mesmo se quisesse, não teria dinheiro o suficiente para ajudar. São muitos, cada vez que a gente sobe no ônibus tem algum. Compro de vez em quando.”

Cansaço do dia a dia

O encanador Valdomiro Santana, de 61 anos, afirma que os ônibus lotados, estresse do trabalho diário e cansaço, algumas vezes a atividade de ambulante pode ser ruim ao passageiro. “Eu andei de ônibus a vida inteira. É um negócio ruim. Só para você ir trabalhar é uma guerra diária vencida. E no final do dia é o cansaço que cai sobre a gente. Eu já comprei balinhas deles sim. Em dia de pagamento é mais fácil ajudar, a gente está feliz! Mas, o problema é que são todos os dias né. Aí, às vezes, incomodam mesmo o trabalhador.”

Não vê problemas

A dona de casa Sandra de Souza, de 54 anos, não vê problemas nas vendas dos ambulantes e diz que comprou até um cofre para a neta. “Eu acho que estão trabalhando da maneira deles. É melhor isso do que mexer com coisa errada, né? Quando tenho dinheiro, sempre compro. Há uns meses, comprei até um cofre de gesso para minha neta. Eles vendem as coisas baratas. De vez em quando dá pra ajudar e não faz falta.”

Decreto

Conforme a Agência do Senado, atualmente o Decreto-Lei  2.041, de 1940, que regula o exercício do comércio ambulante, proíbe a subida dos vendedores nos veículos em movimento para oferecer a mercadoria aos clientes. Se a proposta foi aprovada e sancionada,  os trabalhadores vão ter permissão para vender os doces pré-embalados dentro do transporte público.

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