Rayssa de Oliveira Favaro, 30 anos, ainda carrega sequelas de um acidente de trânsito, em abril de 2009, em Campo Grande. Mesmo assim, encontra forças para lamentar a morte de Bárbara Wsttany, em acidente causado pelo namorado, e dizer que, quem bebe e dirige, assume o risco de matar.
‘’É muito triste ela perder a vida na flor da idade. É triste para a família e pra ela também. Foram sonhos cancelados, isso não deveria acontecer’’, disse Rayssa sobre a morte de Bárbara, ocorrida no dia 11 de julho deste ano, no bairro Cabreúva.
'Crime'
Rayssa era uma jovem estudante de Direito no ano em que o Fiat Uno que dirigia, pela Rua Bahia, foi atingido por um Honda Civic, que 'voava' a 104 Km/h, de madrugada, na Mato Grosso. O condutor, que tinha acabado de sair de uma festa, não tinha CNH e fugiu do local de forma covarde.
Após o acidente, foram dois meses de coma. De volta à consciência, Favaro teve de reaprender a comer e a falar. Hoje, Rayssa ainda tem dificuldades na fala e anda com ajuda de um andador.
A vida de Rayssa, que sonhava em ser juíza, tem sido marcada por centenas de sessões de fisioterapia. Ela luta com todas as forças para recuperar o equilíbrio do corpo e poder voltar a andar sozinha.
Rayssa luta para voltar a andar sozinha. (Foto: Repórter Top)
Trânsito
Sobre o acidente que mudou totalmente a vida dela e também tirou a vida de Bárbara, Rayssa faz uma série de reflexões que poderiam ser ouvidas por quem faz e fiscaliza as leis de trânsito.
Rayssa concorda com a prisão por homicídio doloso de Ricardo França Júnior, o namorado de Bárbara. Geralmente, acidentes com vítimas fatais são tratados como homicídio culposo, o que quase não acarreta pena ao condutor.
‘’Quando você bebe e dirige, você está assumindo o risco de matar’’, respondeu Favaro. Ela entende que as leis melhoraram muito, mas os culpados conseguem escapar.
‘’Quem está sofrendo a punição dá um ‘jeitinho brasileiro’ de pular fora... de fazer com que a lei não seja cumprida’’, destacou.
Sobre álcool e direção, Rayssa acha que as campanhas de conscientização precisam ser mais intensas.
‘’... tem de ser mais chocantes e falar mais sobre o assunto... para tocar mesmo, porque as pessoas só vão saber se acontecer com alguém da família delas’’, sugeriu Rayssa.