Mães e esposas de detentos em Campo Grande lamentaram o fato da Agência de Administração Prisional de MS manter a suspensão das visitas presenciais nos presídios do Estado. Elas acreditam que é possível fazer a visitação sem riscos à saúde dos presos e agentes.
Conforme divulgado, a Agepen prorrogou a suspensão das visitas por mais 15 dias, justificando a segurança dos internos e dos agentes penitenciários.
Esposa de um detento de 37 anos, que está no Presídio de Segurança Máxima, conta que não o vê desde março e diz que o filho sente muitas saudades, mas não consegue visitar o pai.
A reflexão que ela faz é que a unidade prisional tem equipamentos de raio-x, o que dispensa a necessidade de contato físico entre elas e os agentes penitenciários e reduz o risco de contaminação.
‘’Eles poderiam 'tá' liberando sim, a gente usando máscara e fazer tudo certinho’’, observou a mulher.
Outra mulher reclamou da demora no retorno das visitas presenciais. Ela observou que até existe a possibilidade de videochamada, mas quem não tem um bom celular ou uma boa câmera, ou não sabe mexer em smartphones, não consegue interagir com o parente.
‘’A gente está há mais de sete meses sem um abraço, sem um beijo... isso é um absurdo’’, comentou a mulher. Ela reclama ainda que são permitidas apenas a entrada de roupas e materiais de limpeza, a cada 15 dias.
Ainda segundo essa denunciante, ‘’tudo está voltando ao normal, vai ter até pagode, baile funk... está tendo tudo, nada foi paralisado....’’. Ela acrescenta que não foram os parentes de presos que levaram o vírus para dentro do sistema penitenciário e sim os servidores que vão e vêm de suas casas.
Uma terceira mulher também criticou a demora no retorno, dizendo que mora em outro estado e que em outros estados, como São Paulo, as visitas já retornaram.
A previsão de retorno das visitas presenciais dada pela Agepen agora é 15 de outubro.