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Campo Grande

11/05/2022 17:00

Vereadores querem investimento em saúde mental de alunos para evitar 'brincadeiras de massacre'

Em Campo Grande, três casos em escolas da rede municipal e estadual foram notificados em menos de uma semana

Os vereadores que defendem pautas da educação indicam que o investimento em saúde mental dos estudantes das escolas públicas é essencial para diminuir as “brincadeiras” com ameaças de massacre. A atitude um tanto perigosa de alunos de escolas públicas de Campo Grande está tirando a paz de pais e profissionais que atuam nos locais.

O vereador Professor Juari (PSDB), presidente da comissão de Educação na Câmara, indica que é necessário que o poder público invista em material humano e contratação de psicólogos nas escolas. Ele destaca que, neste período pós-pandemia, a conversa com pais e alunos é fundamental para entender o que está acontecendo e fazer esse auxílio.

"Precisamos de uma intervenção com psicólogos. Acredito que pode-se dividir por regiões, tendo um ou dois profissionais para atendimento. E deve ser usada a própria estrutura da Semed (Secretaria Municipal de Educação) para acompanhar, desenvolver ações para capacitar e atualizar os professores."

PM

(Vereador Professor Juari defende contratação de psicólogos. Foto: Divulgação/Câmara)

O vereador, que atuou por anos em colégios da cidade, afirma que o aluno não deve ser tratado como bandido. "Essa capacitação fará com que o professor tenha condição de identificar esse aluno com esse perfil. E outra, esse aluno também não pode ser tratado como bandido, ele tem que ser tratado como doente. Pois, está precisando de atendimento, então é mais esse viés [a solução]."

Psicólogos e assistentes nas escolas

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) também indica que é necessário investir mais em saúde mental para os alunos. O vereador é psicólogo e defende a inserção de psicólogos e assistentes sociais no ambiente escolar. Ele destaca, inclusive, que o projeto é lei, e que a Câmara derrubou veto do Executivo deixando reserva no orçamento para isso. 

“É um projeto nacional e já colocamos no orçamento da prefeitura. Precisamos intensificar a contratação de psicólogos e professores, fazer um amplo projeto em relação à cultura, porque eu aprendi que no lugar onde não tem atrativos culturais, a violência vira espetáculo. Precisamos trabalhar saúde mental dos nossos alunos”

PM

(Vereador Ronilço Guerreiro diz que vereadores inseriram verba no orçamento para a contratação. Foto: Isaias Medeiros)

Para Guerreiro, as crianças e, principalmente os adolescentes, precisam ter contraturnos com aulas de teatro, música, acompanhamento da família e sociais.

“Precisamos resgatar vários pontos de cultura e integrar. Resgatar o cinema, música e teatro para resgatar essa juventude. Precisamos investigar agora, esse é o momento. É melhor investir em cultura e educação do que em presídios.”

Discutir na Tribuna

O vereador Valdir Gomes (PSD), vice-presidente da comissão de Educação, disse que vai se aprofundar no assunto, consultar a secretaria de Educação e de Segurança e discutir o tema na Tribuna nesta quinta-feira (12).

“Vou fazer uma fazer manifestação na Câmara sobre esse assunto e conversar com os secretários da Educação [Alelis] e de Segurança [Valério Azambuja] para saber o que está acontecendo nessas escolas, e quais foram as providências tomadas. Precisamos dialogar e fazer um aprofundamento no assunto para perceber os motivos desses acontecimentos, porque temos de prevenir. Não dá para levar apenas como uma brincadeira.”

Os casos

Após aviso de que ocorreria um massacre nesta quarta-feira (11), na Escola Estadual Blanche dos Santos Pereira, no bairro Tijuca, em Campo Grande, a Polícia Militar esteve no local efetuando rondas.

A mensagem foi escrita na parede de um dos banheiros e em papéis que foram espalhados no colégio.

Na quinta-feira passada (5), pais e alunos da escola municipal Irene Szukala, localizada no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, denunciaram um suposto bilhete deixado dentro de um dos banheiros, com aviso de massacre. 

Assustados, os alunos avisaram a direção. Os pais questionaram a escola sobre o que estava ocorrendo, mas foram informados de que não poderiam divulgar nada sobre o ocorrido e que já estavam cientes dos fatos.

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que o caso foi gerado de boatos, uma vez que a direção alegou não ter sido procurada por nenhum dos pais. A pasta ressaltou que não há registro de nenhuma ameaça de ataque, e que isso vem ocorrendo em outras cidades do país, ocasionadas por brincadeiras de mau gosto por parte dos estudantes.

Já na última sexta-feira (6), um aluno entrou com um simulacro de arma na escola estadual Maria de Lurdes Toledo Areias, no bairro Rouxinóis, em Campo Grande. Ao saber do caso, a direção acionou a Polícia, que foi até o local e apreendeu o objeto, bem como levou o estudante para a delegacia. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.

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