A presença diária de usuários de entorpecentes no cruzamento entre a Rua Barão do Rio Branco e a Avenida Ernesto Geisel deixa diversos motoristas constrangidos no centro de Campo Grande. Durante o dia, os usuários se espalham pela cidade com objetivo de conseguir dinheiro para fazer o uso de drogas.
O motorista Cícero Nascimento, 50 anos, afirma que eles se ‘sentem’ bandidos e chegam intimidando na hora de pedir dinheiro. “Eles se acham bandidos, falam intimidando a gente no semáforo e não dá não para ver, eles olham como se fossem roubar a gente. Eu tenho comércio no centro, já pensei muitas vezes que eles podem me marcar para depois roubar”.
O comerciante afirma ainda que os usuários que acabam furtando objetos das lojas e residências colaboram com o governo, já que o trabalhador prejudicado, que ficou sem seus pertences, acaba se deslocando até uma loja e adquirindo um novo produto, arcando com mais impostos.
“Se parar para pensar, eles trabalham praticamente para o governo porque levam uma máquina, levam um celular, levam o que achar pela frente e quem sai prejudicado é o trabalhador. A vítima vai em uma loja e compra produto novo e paga novamente imposto para o governo, que fica muito bem e só enriquece”.
Marcelo Delgado, 37 anos, disse que passa todos os dias pela avenida Ernesto Geisel e um dos usuários já teria dado um tapa em seu veículo ao ficar irritado pelo condutor negar uma moeda. “Ele pediu, fiz sinal que estava zerado, ele olhou perto do câmbio e viu que tinha moeda, falou dá uma daquela ali, falei não dá, estou sem, e ele saiu bravo, deu um tapa no carro e correu”.
O vendedor acredita que o prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD) deveria tomar uma atitude radical. “O prefeito tem que colocar ordem, depois que a rodoviária saiu desse ponto aqui, tudo piorou muito. O prefeito tem que tomar uma atitude, tem que retirar esse pessoal daqui. Eles vão para o Cetremi e voltam, tem que tomar alguma atitude, não é possível que eles não têm uma saída. Passar aqui a noite é mais perigoso ainda, porque eles estão loucos de droga e podem até agredir alguém, somos reféns deles”.
Carlos de Souza, 44 anos, concorda com os entrevistados e diz que a Rua Barão, em frente a sede dos correios, virou a casa dos usuários. “Ali é a casa deles, eles ficam ali, se espalham, conseguem dinheiro e se reúnem novamente para fazer a rodinha da droga, é um absurdo isso”.