No dia em que se completa um ano desde a tragédia que causou a morte de Daiane Aparecida da Silva Vaz e sua filha Thaís, de três anos, familiares e amigos se uniram para cobrar Justiça em protesto na Avenida Bom Progresso, no Jardim Tarumã, em Campo Grande. Ela e a filha faleceram após incêndio causado na própria casa por Roberton Segóvia Spínola, marido e pai de Taís e outra menina, então com seis anos.
A família pede também pela guarda da menina, que assistiu aos momentos dramáticos e sobreviveu sem ferimentos graves. Ela vive com a família da avó paterna, em José Bonifácio, interior paulista, onde aconteceu o crime.
Segundo a irmã de Daiana, Ana Lucia da Silva, de 26 anos, a retirada da menina da família materna é um erro, e que a criança tem uma perspectiva irreal do pai, narrada pela outra avó. “Ela não entende o que aconteceu, dizem que o pai é um herói, sobrevivente, e não um criminoso que matou a mãe e a irmã dela. Ela viveu durante quatro anos em Campo Grande, com a gente, conhece mais a vida aqui do que lá, e gosta muito de nós”, diz.
A menina, inclusive, estaria realizando visitas ao presídio onde o pai está preso desde que saiu do hospital. “Eles tiraram ela da gente, foi terrível. Não é justo, ela tem que crescer com amor da gente e sabendo a verdade. A Justiça também não pode deixar isso cair no esquecimento”, completa a avó, Cleide Carlos da Silva, 53 anos.
O caso
Daiane era campo-grandense e havia ido morar com o marido no interior paulista havia alguns meses. Durante uma briga, o homem ateou fogo na casa e ela teve 70% do corpo queimado, morrendo quase dois meses depois de internada. Já a filha caçula teve 90% do corpo queimado e morreu no outro dia após o ocorrido.
Roberton ficou ferido no pescoço e face e teve um pé amputado após o incêndio. Uma vizinha foi a primeira pessoa a ouvir pelos gritos de socorro de Daiane e tentou ajudar as vítimas.
Ele segue preso e aguarda pelo julgamento do crime.