Acusada pelo Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul por divulgar escala médica de plantões ‘mentirosa’, a Prefeitura Municipal de Campo Grande se defendeu também em nota nesta terça-feira (21). No texto, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) alega passar por problemas complexos e diz estar aberta ao diálogo com os médicos, mas sequer citou a questão principal das acusações.
Na nota de repúdio, o sindicato de posicionava contra “as ilusórias notícias que vêm sendo divulgadas a respeito da situação da saúde pública em Campo Grande”. “Escalas médicas são divulgadas pela Secretaria de Saúde, porém não condizem com a realidade, os números não coincidem com o déficit de mais de 500 médicos, o que impossibilita o atendimento nas unidades”, destacava o texto, fazendo referência à escala divulgada diariamente pelo secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, no site da prefeitura.
Também através do site oficial, a prefeitura respondeu de forma generalizada, afirmando que problemas de gestão não são exclusivos da Capital. “É de conhecimento geral que a saúde pública apresenta diversos problemas, tanto pela deficiência de recursos quanto pela extensão e complexidade do sistema público de saúde. A par dessa problemática, que não é exclusiva da cidade de Campo Grande, a administração tem trabalhado com extrema dedicação para melhorar e otimizar a gestão dos recursos disponíveis, contando inclusive com médicos em seu corpo técnico, que se dedicam com muita competência a tornar a saúde pública do Município um serviço de qualidade para a população”, dizia um dos parágrafos.
Segundo o sindicato, o município tenta ‘maquiar’ o atendimento nos postos. “Faltam médicos, não há previsão de mais contratações e concurso público, a precariedade nas unidades de saúde, a baixa remuneração e outras adversidades têm contribuído para que os profissionais afastem-se do serviço público”.
Sobre a remuneração dos médicos, também exposta na nota no sindicato, a Sesau justificou que os valores divulgados correspondem apenas ao salário base, e não contam com os ganhos extras das gratificações, produtividade e plantões. Conforme a nota dos sindicalizados, os médicos da prefeitura recebem remuneração-base de R$ 2.516,72, que não é reajustada há mais de três anos, além de trabalhar em condições precárias, com falta de equipamentos e remédios.
Além do assunto, a secretaria ampliou para a questão dos medicamentos, afirmando que a compra de 75% da necessidade da rede pública de saúde foi comprada e distribuída entre as unidades municipais e que foi iniciado novo processo de compra.