Pais de alunos da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande, estão indignados com o não cumprimento do programa ‘Reforço Escolar’ criado por meio da Lei n .6.734, que tem como finalidade identificar e ajudar alunos do 2° ao 9° que apresentem dificuldades para ler e escrever.
O início do programa seria no ano de 2019, quando a Semed (Secretaria Municipal de Educação) fez levantamento para identificar alunos com dificuldades para ler e escrever, mas os planos foram adiados por conta da pandemia, conforme a prefeitura.
Com o adiamento, a promessa foi de que o reforço tivesse início no neste ano para ajudar alunos que tiveram dificuldades com o período das aulas remotas, só que segundo a denunciante, isso nunca aconteceu.
“Tem alunos que não sabem ler e nem escrever direito, não sabem as operações básicas de matemática, estão com muitas dificuldades e eles estão precisando do reforço escolar. Dois anos longe da escola e as crianças não tiveram o reforço escolar”, disse a denunciante.
Um dos questionamentos de quem denuncia, é de que a promessa da Semed, era e que o reforço seria oferecido no contraturno do período de aula regular, na própria unidade escolar, mas que isso também não estaria sendo cumprindo.
“Não adianta eles querer fazer o reforço durante o período normal de aula. O reforço como eles prometeu, tem que ser dado no contraturno, para não confundir e prejudicar o aprendizado dos alunos”, explica a mulher.
Reportagem entrou em contato com a Semed que emitiu uma nota sobre o teor da denúncia.
"A Secretaria Municipal de Educação (Semed) esclarece que o projeto de reforço escolar para os alunos da Rede Municipal de Ensino (Reme) já era preparado desde 2019, após levantamento realizado pela pasta identificar alunos do ensino fundamental com dificuldades para ler e escrever. O mesmo teve o início suspenso por conta da pandemia, porém se fez necessário e de grande importância para a retomada da aprendizagem após o retorno 100% presencial das aulas em 2022.
O programa “Reforço Escolar” da Rede Municipal de Ensino, criado por meio da Lei n .6.734 sancionada pelo então prefeito Marquinhos Trad, foi publicado no dia 8 de dezembro de 2021 no Diogrande, beneficiando alunos do ensino fundamental – do 2° ao 9° ano.
A Resolução Semed n. 240, publicada em julho deste ano, também estabeleceu sobre a implantação e desenvolvimento do Programa Caminhos para a Equiparação das Aprendizagens (PCEA) considerando o contexto das aulas remotas e em regime escalonado em 2020 e 2021 e a necessidade de mitigar as diferentes de aprendizagens entre os alunos da REME.
Cumpre esclarecer que desde o retorno presencial das aulas no atual ano letivo, as unidades escolares e professores receberam formações, foram orientados e direcionados em relação às ações a serem desenvolvidas para garantir a equiparação dos alunos. Os estudantes, por sua vez, foram acompanhados com foco pedagógico, para recuperar a aprendizagem e garantir a equiparação da mesma. Cada unidade escolar desenvolveu ações direcionadas a necessidade dos alunos e em casos específicos, com recuperação, reforço e outras intervenções pedagógicas que se fizeram necessárias. O trabalho foi realizado durante todo o ano, contribuindo para melhoria do aprendizado.
As ações de equiparação e recuperação tiveram sucesso na medida que os alunos, ao longo do ano letivo, desenvolveram suas habilidades pedagógicas. Em todas as unidades escolares os estudantes tiveram avanços consideráveis, demonstrando que o trabalho teve o efeito esperado.
Também está em funcionamento o Grupo de Atendimento Psicopedagógico (GAPSI) que atende alunos com dificuldades e/ou transtornos de aprendizagem, tais como dislexia, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade/TDAH, contribuindo para que possam adquirir os conhecimentos específicos necessários para o avanço escolar. A intervenção junto aos alunos com transtornos funcionais específicos com dificuldades e/ ou transtornos de aprendizagem matriculados nas unidades escolares da Reme, garante o processo de aprendizagem, e aprimora as habilidades para a superação da aprendizagem".